terça-feira, 10 de maio de 2016

Imigrantes libertados de detenção na Grécia ficam retidos à espera de asilo

 Imigrantes e refugiados estão sendo libertados de centros de detenção na Grécia, mas continuam retidos em suas ilhas até que seus pedidos de asilo sejam processados, ficando expostos a péssimas condições de vida e até mesmo ao risco de ser vítimas de traficantes de pessoas, alertaram grupos de direitos humanos.

Pelo menos 1.100 pessoas foram soltas de centros em três ilhas e outras as seguirão, à medida que seu período de 25 dias de detenção chegar ao fim, disseram autoridades da polícia. Elas estão proibidas de viajar à Grécia continental, onde se localiza a maioria dos abrigos administrados pelo governo.

Cerca de 8 mil pessoas, a maioria fugindo da guerra civil da Síria, chegaram da Turquia pelo mar desde março, e estão detidos em conformidade com o acordo da União Europeia com Ancara, concebido para fechar a principal rota de acesso à Europa usada por mais de um milhão de pessoas desde 2015.

Segundo o acordo, aqueles que não pedirem asilo na Grécia – e os que forem rejeitados – serão enviados de volta à Turquia. Os pedidos de asilo estão se acumulando, e as decisões podem levar semanas.

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) informou que está apoiando esforços de Atenas para criação de novos espaços.

"Todas as partes estão trabalhando muito duro para atender as necessidades dos seres humanos presentes nas ilhas gregas", afirmou Chris Boian, porta-voz da entidade na Grécia. Indagado se as pessoas retidas nas ilhas estão vulneráveis a traficantes de pessoas que se oferecem para levá-las ao continente, Boian respondeu:
"O risco existe, e esta é uma das razões pelas quais o Acnur advoga o acesso total ao asilo, à expansão dos serviços de asilo e a canais alternativos de entrada legal (na Europa)".

Grupos de direitos humanos alegaram que o governo não está fazendo o suficiente para providenciar abrigo e assistência médica aos postulantes a asilo enquanto eles esperam. Na ilha de Lesbos, muitos vão para uma instalação da prefeitura a céu aberto. Aqueles que podem se hospedam em hotéis. Outros dormem ao relento. 



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