O primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, afirmou nesta
quinta-feira (19) que a Itália está registrando uma queda no número de
imigrantes que chegam ao país através do Mar Mediterrâneo e que a situação, no
momento, não pede por novas medidas.
"Sobre os números, é prematura uma discussão sobre novas
intervenções. A verdade é que, neste momento, o número de imigrantes finalmente
começou a reduzir. [Até] ontem, eram 32 mil imigrantes que chegaram à Itália,
sobretudo pelo mar, cerca de 20% menos do que o mesmo dia no ano passado. Se,
como esperamos, a queda continuar, não há necessidade de abrir novos centros", disse
Renzi durante coletiva de imprensa com seu homólogo holandês, Mark
Rutte.
A afirmação do premier veio após um jornalista questioná-lo
sobre uma declaração da União Europeia, que pedia para que a Itália abrisse
mais dos chamados "hotspots" na região da Sicília. Em nota, a
entidade afirmou que "é fundamental que a Itália intensifique os esforços
para fornecer condições de acolhimento necessário e prevenir fugas". Segundo a UE,
muitos daqueles que desembarcam em portos italianos não estão chegando em
cidades com os centros de acolhimento enquanto "outros grupos móveis ainda
estão fora de operação". "É importante ter hotspots suplementares na
Sicília individualizados na tabela italiana', disse ainda a União
Europeia.
Para Renzi, o alerta do bloco europeu "parte do pressuposto
de um aumento dos imigrantes, ao invés disso, há uma redução ainda pequenas que
poderá crescer se o 'Migration Compact' [plano
apresentado pela Itália sobre a imigração na UE] for aprovado". Porém, o
premier destacou que seu governo estará pronto para ampliar a ajuda caso seja
necessário.
Pouco depois da coletiva do líder do governo italiano, fontes executivas
da Comissão Europeia informaram que a proposta apresentada por Renzi está sendo
"trabalhada" pelos membros do grupo. O documento, que será divulgado
ainda em um comunicado, será apresentado de maneira oficial em junho, antes da
reunião dos 28 Estados-membros sobre o tema. Entre os principais pontos do
projeto italiano, está uma maior atuação europeia nos países de origem dos
imigrantes, doação de dinheiro para essas nações, criação de um Fundo Europeu
para a construção de obras "socialmente úteis" nos países de origem
e, a mais polêmica de todas, a criação de papéis em Bolsas de Valores para
ajuda internacional.
Jornal do Brasil
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