O presidente chileno fez essas declarações na região de Tarapacá, no norte do país (Sebastián Vivallo Oñate / Agencia Makro/Getty Images)
O presidente de Chile, Gabriel Boric, visitou, nesta quarta-feira, 15, a pequena localidade fronteiriça de Colchane (norte) e garantiu que, junto de outros governantes "amigos" da região, manterá uma reunião para abordar o tema da migração irregular.
América Latina, com AMLO [Andrés Manuel López Obrador, do México], Alberto Fernández [da Argentina], Xiomara Castro [Honduras], com Gustavo Petro [Colômbia], Luis Arce [Bolívia], na qual um dos temas que vamos tratar é justamente este", a migração, afirmou Boric.
O escritório de imprensa da Presidência chilena detalhou que a reunião será realizada no contexto da 28ª Cúpula Ibero-Americana, que acontecerá em Santo Domingo, República Dominicana, no dia 25 de março.O presidente chileno fez essas declarações na região de Tarapacá, no norte do país e ponto de entrada de parte importante dos migrantes em situação irregular, especialmente venezuelanos e colombianos.
Controle das fronteiras
Há três semanas, o governo chileno mobilizou efetivos das forças armadas nas regiões de Arica, Tarapacá e Antofagasta, na parte norte do Chile, para reforçar o controle fronteiriço.
Em entrevista a uma rádio local da cidade de Iquique, Boric explicou que muitos migrantes irregulares entram no Chile vindos da Bolívia e não podem ser devolvidos porque esse país não os recebe.
Na Bolívia "aceitam somente [a devolução de] cidadãos bolivianos", acrescentou o presidente chileno, ao apontar que seu objetivo era reconduzir os migrantes irregulares de volta ao mesmo país de onde chegaram. "Isso requer um diálogo diplomático de alto nível. Estou começando essas gestões com o presidente Arce, para que, a nível de América Latina, possamos enfrentar isso", declarou.
Mais tarde, na localidade de Colchane, na fronteira com a Bolívia, Boric disse ter pedido a seu chanceler, Alberto van Klaveren, que incrementasse as conversas com os países vizinhos, inclusive a Bolívia, para estabelecer uma política comum para abordar a situação dos migrantes.
Os países fronteiriços "hoje em dia não estão realizando a recondução dos cidadãos venezuelanos e colombianos que entram pela fronteira de Colchane e que não são recebidos pelo lugar de onde saíram [Bolívia], e nós temos que solucionar isso", garantiu o chefe de Estado chileno.
Colchane e a imigração
Situada a dois quilômetros da fronteira com a Bolívia, a localidade de Colchane tem uma população de 1.680 habitantes. Segundo dados oficiais, em 2022, entraram no Chile por essa passagem 21.553 pessoas vindas da Bolívia em situação irregular.
Por isso, Boric, além de anunciar mais recursos humanos e logísticos para o controle da fronteira, disse que os moradores de Colchane "tiveram que experimentar com mais intensidade, nos últimos anos, os efeitos da entrada maciça e irregular de pessoas".
"Em sua maioria, eles chegam a nosso país buscando oportunidades que não encontram em seu lugar de origem. [...] Infelizmente, alguns deles também vêm com a intenção de delinquir. [...] Essas pessoas que vêm para delinquir não são bem-vindas. Vamos persegui-las e inviabilizar suas vidas [no Chile], respeitando o Estado de direito", afirmou.
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