A declaração é da Organização Internacional para Migrações, OIM, que participa nestes 30 e 31 de março do Diálogo Internacional sobre Migração, na sede da ONU em Nova Iorque.
O diretor-geral da agência, António Vitorino, disse à ONU News que os migrantes fazem parte do desenvolvimento e estão aqui para ficar.
“As migrações são um fenômeno humano, historicamente, e vão continuar. E têm um contributo positivo tanto para as sociedades de acolhimento como para as sociedades de origem. O que é preciso é que a migração seja regular, ordeira e segura como se diz no Pacto Mundial, adotado pela Assembleia Geral das Nações Unidas. Nós pensamos que a maior violação dos direitos humanos é o tráfico de seres humanos, a imigração irregular, mas para combater melhor o tráfico e a imigração irregular é preciso que haja canais de imigração regular. E os países de destino têm necessidades de mão-de-obra. Muitos deles são países envelhecidos. E por isso é preciso combinar as capacidades e as potencialidades dos migrantes com as necessidades dos países de acolhimento.”
Mudanças climática e migrantes
Para a OIM, é preciso reforçar o impacto positivo que a migração tem sobre as sociedades. O desenvolvimento sustentável pode ajudar a avançar com áreas-chave da Agenda Comum da ONU apoiando o papel da mobilidade humana como um bem comum.
O chefe da agência da ONU para Migrações comentou a relação das mudanças climáticas com os migrantes.
“O que nós vemos, hoje em dia, em todo lado, em todas as geografias é que os fenômenos de desastre natural são mais frequentes e mais intensos. Recentemente, tivemos em Moçambique, por exemplo, a tempestade tropical Freddy, que foi a de mais longa duração na história, e que atingiu as zonas terrestres duas vezes. Atingiu, saiu e depois voltou. Num espaço de poucos dias. Portanto, isto prova que há cada vez mais pessoas serem forçadas a deslocarem pelos impactos das alterações climáticas. É o que essas pessoas precisam é de duas coisas fundamentalmente. A primeira é serem apoiadas para se adaptarem às alterações climáticas. Para adaptarem as suas vidas cotidianas, as suas produções agrícolas às alterações climáticas, à falta d’água que é hoje o grande problema e construírem a sua própria resiliência para que possam permanecer, o mais possível, nas zonas de origem.
Mas a segunda questão é que quando elas são forçadas a deslocar-se têm que ser apoiadas, assistência humanitária, quando se deslocam e sobretudo apoiadas para encontrarem soluções alternativas nos sítios aonde vão.”
António Vitorino pretende convencer os países a melhor compreender a migração e o deslocamento num contexto mais abrangente de desafios para o chamado “contrato social” enfrentando falhas na proteção social, na degradação ambiental e reforçando o papel do migrante na construção de comunidades mais fortes.
un.org
www.miguelimigrante.blogspot.com
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