Dentro do Mês da Mulher, também é celebrado em março, nesta
terça-feira (21), o Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação
Racial. A data é de reflexão e deve ser voltada a pensar políticas públicas e
privadas que viabilizem a ascenção de pessoas negras – cujos desafios no Brasil
ainda são grandes e para as mulheres negras, são especialmente maiores.
Conforme levantamento de 2022 do Departamento Intersindical
de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), mulheres negras possuem um
rendimento médio 46,3% menor que um homem branco. Esta diferença é um dos
sintomas de muitas dificuldades que elas enfretam no mercado de trabalho.
Uma pesquisa realizada pela Avon Global sobre Equidade de
Gênero em fevereiro deste ano — em oito países, incluindo o Brasil — revela que
ainda estamos longe de um ideal de sociedade menos desigual para população
feminina, especialmente em relação a oportunidades no mercado de trabalho e no
empreendedorismo para mulheres negras.
De acordo com o estudo, 46% das brasileiras acreditam que é
mais desafiador para elas construírem uma carreira em comparação aos homens,
enquanto 49% percebem mais obstáculos para começarem um negócio. Se forem
negras, esses números sobem para 58% e 61%, respectivamente.
Também é mais díficil no mercado de trabalho para as mulheres
negras, conforme a pesquisa:
Conseguirem um emprego (54%);
Alcançarem uma posição de liderança em uma companhia (68%);
Serem promovidas (66%);
Obterem um aumento (71%);
Alcançarem a independência financeira (50%);
Terem mais flexibilidade no trabalho (51%).
Além disso, acreditam que a desigualdade de gênero está mais
presente, principalmente, na disparidade salarial entre homens e mulheres (64%)
e em oportunidades de trabalho que permitem conciliar profissão, maternidade e
responsabilidades domésticas (59%).
Cerca de 87% das entrevistadas negras também gostariam de
ter uma renda maior, seja através do atual trabalho ou de um negócio próprio, e
84% desejam mais flexibilidade no emprego. Entretanto, encontraram barreiras
como falta de capital inicial (57%), medo de falhar (36%) e falta de conhecimento
sobre o mercado (36%).
Para o levantamento, intitulado The Global Progress for
Women Report, foram entrevistadas mais de 7 mil mulheres de oito países — Reino
Unido, Polônia, Romênia, Itália, África do Sul, Turquia, Filipinas e Brasil
(este último contou com a parceria da Red Consultancy para aplicar o
questionário).
No território brasileiro foram ouvidas 1.026 mulheres em
todas as regiões do país e o resultado contempla critérios como estado,
escolaridade, renda, faixa-etária, étnico-racial e condições de emprego.
www.miguelimigrante.blogspot.com
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