quinta-feira, 15 de julho de 2021

Mesmo com flexibilização, maioria dos venezuelanos usa rotas alternativas para entrar no Brasil

 

Migrantes formam filas em Pacaraima após flexibilização na fronteira — Foto: Arquivo Pessoal

Mesmo após o Brasil liberar a passagem e regularização de estrangeiros em vulnerabilidade social, a maioria dos migrantes venezuelanos continua entrando no país por caminhos alternativos, informou a Operação Acolhida nessa quarta-feira (14).

A fronteira do país com a Venezuela está oficialmente fechada desde 18 de março de 2020, como medida do Governo Federal para conter o avanço do coronavírus.

De acordo com o general Antônio Manoel de Barros, coordenador da Operação Acolhida, foi adotado um sistema de controle que dá prioridade às pessoas que entram pela fronteira oficial, que são atendidas de imediato.

A ideia era de "incentivar as pessoas a não entrarem por caminhos alternativos", o que não tem ocorrido. Conforme o general, esse é o motivo das grandes filas de migrantes em Pacaraima.

"Nós achávamos que ia ter fila na parte da fronteira para entrada, e o maior número de entradas ainda não estão acontecendo pela fronteira normal, mas sim por caminhos alternativos. Não se tinha visualizado que isso ia acontecer e é por isso que se forma essa grande fila", informou o general.

Em vídeos que circulam nas redes sociais, é possível ver homens, mulheres e crianças, alguns até sem máscaras, com bagagens aguardando próximos aos estabelecimentos comerciais e abrigos.

Desde a flexibilização, o número de migrantes em situação de rua também tem aumentado em Pacaraima. De acordo com o general, a média anterior de 20 pessoas, saltou de 100 para 800 migrantes na última contagem.


General Antônio Manoel Barros, da Operação Acolhida — Foto: Caíque Rodrigues/G1 RR

General Antônio Manoel Barros, da Operação Acolhida — Foto: Caíque Rodrigues/G1 RR

"Essas pessoas estão na rua por diversos motivos. Alguns querem ficar na rua, alguns estão aguardando a documentação e alguns estão na fila de espera dentro do atendimento da acolhida. Por experiência, sabemos que irá chegar em um ponto de estabilidade", frisou o general.

Segundo a Operação Acolhida, até o momento, 7.082 migrantes e refugiados foram atendidos e documentados nos Postos de Identificação e Triagem (PI Trig) de Pacaraima, Boa Vista e Manaus. Só em Pacaraima, aproximadamente, 4.300 pessoas foram regularizadas em 20 dias.


O general também comunicou que um novo abrigo, Rondon 6, será criado para atender indígenas em Roraima, e que a medida faz parte de um plano de ação da Operação Acolhida para ampliação de abrigos.

G1

Por Caíque Rodrigues, G1 RR

www.miguelimigrante.blogspot.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário