Desde o
primeiro semestre, Lampedusa vem registrando intensos fluxos migratórios
provenientes da Tunísia, que fica a cerca de 100 quilômetros de distância, e
seu centro de registro e acolhimento chegou a abrigar números de deslocados
internacionais 10 vezes maiores que sua capacidade.
O encontro
ocorreu durante uma audiência com participantes do projeto europeu
"Snapshots from the borders" ("Retratos das fronteiras", em
tradução livre), realizada no Palácio Apostólico, no Vaticano.
"As
fronteiras, sempre consideradas como barreiras de divisão, podem se tornar
janelas, espaços de conhecimento mútuo, de enriquecimento recíproco, de
comunhão na diversidade", disse o Papa.
Durante a
reunião, o prefeito de Lampedusa afirmou que pretende organizar na cidade uma
conferência internacional de paz no Mediterrâneo. Segundo ele, o objetivo será
fazer com que "o drama dos migrantes não seja mais utilizado para
alimentar medos e divisões sociais, que geram ódio e maldade".
"Eles
são chamados de migrantes, clandestinos, refugiados, prófugos, mas, para nós,
são sobretudo seres humanos, pessoas", disse Martello a Francisco. O
prefeito ainda presenteou o Pontífice com uma cruz feita por um artesão de
Lampedusa com madeira de barcos de migrantes.
Já Jorge
Bergoglio reforçou que "nunca aceitará" que pessoas em busca de
esperança no mar "morram sem receber socorro". "Claro que o
acolhimento e uma integração digna são etapas de um percurso que não é fácil,
mas é impensável realizá-lo levantando muros", declarou.
Francisco fez
em Lampedusa a primeira viagem apostólica de seu pontificado, em 8 de julho de
2013, época em que a ilha era palco frequente de naufrágios de barcos de
migrantes e refugiados. Na ocasião, o Papa celebrou uma missa para cerca de 10
mil pessoas e lançou uma coroa de flores no mar.
O projeto
"Snapshots from the borders" foi criado pela União Europeia e mira
aumentar o entendimento de tomadores de decisão e da opinião pública sobre os
fluxos migratórios nas fronteiras do bloco.
Terra
www.miguelimigrante.blogspot.com
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