No dia 7 de Setembro, data na qual oficialmente se
comemora a independência política do Brasil, será realizado em todo país o 23º
Grito dos Excluídos que, este ano, tem como lema “Por direitos e Democracia, a
luta é todo dia” e tema “Vida em primeiro lugar”, pelos quais, segundo a
Coordenação Nacional, quer chamar a atenção da sociedade para a urgência da
organização e luta popular frente à conjuntura em que o país vive hoje.
O bispo disse que os parlamentares
estão de costas para o povo, não ouvem os gritos da população, sobretudo dos
segmentos que estão à margem da sociedade.
O bispo, representante da Comissão
Episcopal pastoral para a Ação social Transformadora da CNBB, afirmou que é
necessário transparência na administração pública e punição aos corruptos. “O
povo precisa voltar a ocupar as ruas de forma consciente e organizada para
conquistar, defender e garantir seus direitos”, disse.
A representante da Coordenação Nacional
do Grito dos Excluídos, Karina Pereira da Silva, lembrou que O Grito dos
Excluídos vem se afirmando, a cada ano, como um processo de construção
coletiva, de forma descentralizada. Ela disse que o ato tem seu ponto alto na
semana da Pátria e no dia 7 de Setembro, mas que é precedido de ações em
preparação e organização que vão desde seminários, palestras, rodas de
conversa, audiências públicas, vigílias, celebrações, concursos de redação nas
escolas.
Direitos ameaçados
Segundo o bispo de Ipameri (GO), dom Guilherme Antônio Werlang, presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Social Transformadora da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil: “Vivemos tempos difíceis. Os direitos e os avanços democráticos conquistados nas últimas décadas, frutos de mobilizações e lutas, estão ameaçados. O ajuste fiscal, as reformas trabalhista e da previdência estão retirando direitos dos trabalhadores para favorecer aos interesses do mercado. O próprio sistema democrático está em crise, distante da realidade vivida pela população”.
Realizado no dia 7 de setembro, o Grito dos/as Excluídos/as tem especial
importância para a Igreja que, neste ano de 2017, também sugere as comunidades
que na mesma data acrescente dois elementos importantes da espiritualidade
cristã para acompanhar a reflexão: a oração e o jejum. Na última reunião do
Conselho Permanente, a CNBB se dirigiu direta e fraternalmente a todas as
comunidades convidando a todos para que “diante do grave momento vivido por
nosso país, dirijamos nossa oração a Deus, pedindo a bênção da paz para o
Brasil”.
A iniciativa do Grito dos/as Excluídos/as brotou do seio da Igreja, em
1995, para aprofundar o tema da Campanha da Fraternidade daquele ano, que tinha
como lema “Eras tu, Senhor”, e para responder aos desafios levantados na 2ª
Semana Social Brasileira, realizada em 1994, cujo tema era “Brasil,
alternativas e protagonistas”.
CNBB
www.miguelimigrante.blogspot.com
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