A ONU alertou, nesta quinta-feira (13), sobre o "preocupante" aumento de migrantes que atravessam a inóspita selva de Darién, uma rota perigosa na fronteira entre Panamá e Colômbia pela qual já passaram este ano mais de 100 mil pessoas.
"A Agência da ONU para os Refugiados (Acnur) e a Organização Internacional para as Migrações (OIM) alertam sobre o preocupante aumento de pessoas que cruzam a selva de Darién", disseram ambas as entidades em uma nota conjunta.
"Mais de 100 mil pessoas que cruzam o Darién foi alcançado, seis vezes mais que as que chegaram à região no mesmo período de 2022", acrescentaram.
A selva de Darién se tornou um corredor para os migrantes que, da América do Sul, tentam chegar aos Estados Unidos, apesar dos perigos pelo caminho, repleto de rios caudalosos, animais selvagens e gangues de criminosos.
"O Panamá enfrenta uma das crises mais desafiadoras de movimentos mistos na última década, como parte de deslocamentos sem precedentes nas Américas", indica o comunicado.
Em 2022, o recorde de quase 250 mil pessoas cruzaram o Darién. A maioria é de venezuelanos, haitianos e equatorianos, embora também haja asiáticos, principalmente da China e da Índia, e africanos, principalmente de Camarões e Somália.
"Os perigos e níveis de violência que essas pessoas enfrentam são altamente preocupantes", declarou Philippa Candler, representante da Acnur no Panamá.
"As histórias que ouvimos mostram os horrores que representa para famílias inteiras atravessar o Darién. Muitos perderam a vida ou desapareceram enquanto outros conseguiram atravessá-lo, mas agora eles têm problemas de saúde significativos", disse Giuseppe Loprete, chefe da OIM no Panamá.
De acordo com essas agências, os migrantes alegam motivações econômicas, desemprego e violência como principais motivos para abandonar seus países de origem.
Esta semana, o secretário de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Alejandro Mayorkas, se reuniu no Panamá com os chanceleres panamenho e colombiano para buscar soluções para esta crise migratória.
"É urgente trabalhar em uma solução regional", pediu Candler.
"Nos preocupa que as pessoas que estão pensando em fazer a travessia não tenham noção dos perigos", completou Loprete.
* AFP
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