O presidente Andrés Manuel López Obrador renovou, nesta sexta-feira (31), seu pedido aos Estados Unidos para que destine mais recursos para prevenir a migração irregular em regiões pobres da América Latina, após a morte de 39 migrantes em um centro de detenção no México.
Sem detalhar a cifra, López Obrador disse que o investimento de Washington na América Central é insignificante diante dos bilhões de dólares destinados em ajuda militar para que a Ucrânia enfrente a invasão russa.
"Desde que cheguei (ao poder em 2018) há evidências de que venho (...) pedindo ao governo dos Estados Unidos que olhe para os migrantes para que não se vejam na necessidade de deixar suas cidades", disse o presidente em sua habitual coletiva de imprensa.
Na noite da última segunda-feira, um incêndio matou 39 homens confinados na cela de um centro de detenção de imigrantes em Ciudad Juárez (norte), na fronteira com os Estados Unidos.
O incêndio começou quando pelo menos um migrante ateou fogo em colchões, em meio a protestos contra uma possível deportação, e os agentes de segurança não fizeram nada para abrir a cela, segundo a Procuradoria-Geral.
A tragédia custou a vida de 18 guatemaltecos, sete salvadorenhos, sete venezuelanos, seis hondurenhos e um colombiano, enquanto outras 27 pessoas ficaram feridas. A Justiça ordenou a captura de seis supostos autores do homicídio.
Nos Estados Unidos, "têm uma concepção de querer enfrentar os problemas sociais apenas com o uso da força, e não se atendem as causas", mas "vamos continuar insistindo" para que sejam feitos mais investimentos nos países de origem dos migrantes, insistiu López Obrador.
O presidente lembrou que o México destinou US$ 100 milhões (em torno de R$ 512 milhões) a programas sociais em El Salvador, Honduras e Guatemala, o que contribuiu, segundo ele, para dissuadir muitos jovens a deixarem suas comunidades.
"O que pedimos ao governo dos Estados Unidos é que, se estamos alocando US$ 100 milhões, ponham vocês, ajudem, e não fizeram isso. Nem com o presidente (Donald) Trump atingimos esse objetivo, nem agora com o presidente (Joe) Biden", lamentou.
O presidente reconheceu, no entanto, que um programa de vistos temporários adotado por Biden tem ajudado a reduzir "consideravelmente" o fluxo migratório e defendeu que qualquer ajuda seja entregue diretamente, e não por meio de ONGs, as quais chegou a acusar de "traficar" com as necessidades das pessoas.
López Obrador, que visitará Ciudad Juárez nesta sexta-feira para verificar o atendimento aos feridos no incêndio, também anunciou uma "reforma" no Instituto Nacional de Migração (INM), que administra os centros de detenção de imigrantes.
AFP
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