Em 2022, mais de 630 mil vagas não puderam ser preenchidas por falta de profissionais capacitados. Em áreas como saúde e educação, até 60% dos postos ficaram abertos. Autoridades destacam necessidade de mais imigrantes.
A escassez de mão de obra qualificada na Alemanha atingiu nível recorde em 2022, apesar de uma economia relativamente mais fraca, revelou um novo estudo do Instituto Econômico Alemão (IW, na sigla em alemão) divulgado neste domingo (16/04).
Mais de 630 mil vagas para trabalhadores qualificados não puderam ser preenchidas no ano passado por falta de candidatos devidamente capacitados para o posto em todo o país. Segundo o estudo, é o número mais alto desde o início dos registros, em 2010.
Os setores de saúde, serviços sociais e educação estão entre os mais afetados, ao lado de construção, arquitetura, topografia e tecnologia de construção, nos quais seis em cada dez vagas abertas não foram preenchidas.
Também houve uma escassez de trabalhadores qualificados maior do que a média nos campos das ciências naturais, geografia e tecnologia da informação (TI).
O estudo do IW mostrou ainda que a escassez de mão de obra nas áreas de comércio, vendas, hotelaria e turismo quase triplicou em 2022, com três em cada dez vagas abertas sem preencher. Nesse caso, o aumento foi atribuído à alta de contratações após uma queda desencadeada pela pandemia de covid-19.
Geralmente, quanto maior o nível de qualificação exigido para uma vaga ou setor, mais difícil é preencher esses postos.
Especialistas com diplomas universitários nas áreas de TI, engenharia elétrica, planejamento e supervisão de construção foram particularmente procurados: registrou-se escassez de profissionais devidamente qualificados para nove em cada dez vagas abertas nessas áreas.
Precisamos de Imigração
Por mais que 2022 tenha batido o recorde, a escassez de mão de obra adequada para as vagas abertas se reflete há muito tempo no mercado de trabalho alemão, e é amplamente reconhecido que atrair mais imigrantes se faz necessário para suprir esse déficit de profissionais.
"Precisamos da imigração", afirmou Andrea Nahles, chefe da Agência Federal para Emprego (BA, na sigla em alemão), acrescentando que, caso contrário, as vagas continuarão abertas.
Em março deste ano, cerca de 45,6 milhões de pessoas estavam empregadas em toda a Alemanha – também o número mais alto que se tem registro. Apesar da recessão econômica, inflação e incertezas políticas, trabalhadores qualificados foram abocanhados por empregadores do setor de comércio, indústria e serviços.
dw.com/pt-br
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