Polícia peruana impede passagem de imigrantes, em sua maioria chilenos, em Santa Rosa, na fronteira do país com o Chile CHRISTIAN JAMETT/AFP
A presidente do Peru, Dina Boluarte, decretou nesta
quarta-feira estado de emergência nas fronteiras e ordenou o envio de militares
para reforçar os controles migratórios diante do enorme fluxo de migrantes que
chegam ao país face à chegada de centenas de migrantes, a maioria proveniente
do Chile.
As tropas vão apoiar a polícia nas zonas de fronteira com o
Chile, Bolívia, Brasil, Equador e Colômbia, numa decisão que o governo diz ter
também como objetivo combater o crime internacional.
— A polícia nacional manterá o controle da ordem interna com
o apoio das Forças Armadas — sublinhou Boluarte durante coletiva de imprensa
com ministros nesta quarta-feira.
A princípio, o estado de emergência entrará em vigor a
partir de quinta-feira, embora o governo não tenha especificado sua duração ou
se haverá alguma restrição a direitos nos postos de fronteira.
O ministro da Defesa peruano, Jorge Chávez, disse que a medida
tem como objetivo impedir a entrada irregular e ilegal de migrantes no
território do país.
— Todos os cidadãos devem entrar pelos postos de imigração.
As Forças Armadas apoiarão a polícia de acordo com o estado de emergência —
acrescentou.
Centenas de migrantes que deixaram o Chile estão amontoados
há semanas na fronteira entre a cidade peruana de Tacna e a cidade chilena de
Arica, onde as autoridades peruanas impedem a sua passagem.
Os migrantes estão encurralados entre a polícia chilena e
peruana que vigia a região, a 1.500 km ao sul de Lima. O governo de Boluarte já
tinha enviado 200 polícias para reforçar os controles migratórios, medida que o
Chile também havia feito anteriormente.
— Estamos recebendo frio, sol, insolação, as crianças aqui.
Há um pouco de foco de moscas, que podem receber qualquer parasita — aponta
María Leonor Gómez, uma migrante colombiana presa na fronteira.
— Uma média de 150 a 200 pessoas [se concentrou] neste posto
fronteiriço nos últimos dias — disse à AFP Federico Agusti, representante no
Peru do Alto Comissariado da ONU para Refugiados (Acnur). — São fluxos variados,
houve um pico de cerca de 400 pessoas, de diferentes nacionalidades.
Segundo o Acnur, "50% das pessoas concentradas no posto
de fronteira são haitianas e aproximadamente 40%, venezuelanas".
www.miguelimigrante.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário