sexta-feira, 28 de abril de 2023

Peru decreta estado de emergência nas fronteiras e envia militares para conter imigração ilegal

Polícia peruana impede passagem de imigrantes, em sua maioria chilenos, em Santa Rosa, na fronteira do país com o Chile CHRISTIAN JAMETT/AFP

A presidente do Peru, Dina Boluarte, decretou nesta quarta-feira estado de emergência nas fronteiras e ordenou o envio de militares para reforçar os controles migratórios diante do enorme fluxo de migrantes que chegam ao país face à chegada de centenas de migrantes, a maioria proveniente do Chile.

As tropas vão apoiar a polícia nas zonas de fronteira com o Chile, Bolívia, Brasil, Equador e Colômbia, numa decisão que o governo diz ter também como objetivo combater o crime internacional.

— A polícia nacional manterá o controle da ordem interna com o apoio das Forças Armadas — sublinhou Boluarte durante coletiva de imprensa com ministros nesta quarta-feira.

A princípio, o estado de emergência entrará em vigor a partir de quinta-feira, embora o governo não tenha especificado sua duração ou se haverá alguma restrição a direitos nos postos de fronteira.

O ministro da Defesa peruano, Jorge Chávez, disse que a medida tem como objetivo impedir a entrada irregular e ilegal de migrantes no território do país.

— Todos os cidadãos devem entrar pelos postos de imigração. As Forças Armadas apoiarão a polícia de acordo com o estado de emergência — acrescentou.

Centenas de migrantes que deixaram o Chile estão amontoados há semanas na fronteira entre a cidade peruana de Tacna e a cidade chilena de Arica, onde as autoridades peruanas impedem a sua passagem.

Os migrantes estão encurralados entre a polícia chilena e peruana que vigia a região, a 1.500 km ao sul de Lima. O governo de Boluarte já tinha enviado 200 polícias para reforçar os controles migratórios, medida que o Chile também havia feito anteriormente.

— Estamos recebendo frio, sol, insolação, as crianças aqui. Há um pouco de foco de moscas, que podem receber qualquer parasita — aponta María Leonor Gómez, uma migrante colombiana presa na fronteira.

— Uma média de 150 a 200 pessoas [se concentrou] neste posto fronteiriço nos últimos dias — disse à AFP Federico Agusti, representante no Peru do Alto Comissariado da ONU para Refugiados (Acnur). — São fluxos variados, houve um pico de cerca de 400 pessoas, de diferentes nacionalidades.

Segundo o Acnur, "50% das pessoas concentradas no posto de fronteira são haitianas e aproximadamente 40%, venezuelanas".

oglobo.globo.com

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