quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023

Em Goiânia, imigrantes aprovam núcleos de aprendizado da língua portuguesa

 Em Goiânia, imigrantes aprovam núcleos de aprendizado da língua portuguesa

(FOTO: DIVULGAÇÃO PREFEITURA DE GOIÂNIA)
 
 Complementando um trabalho que já é realizado pela Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Políticas Afirmativas (SMDHPA), o prefeito de Goiânia, Rogério Cruz, colheu nesta quarta-feira (1/2) os louros de um projeto voltado para aprendizado da língua portuguesa. A inciativa, sancionada em dezembro de 2022, foi da Câmara Municipal e tem como público-alvo os refugiados em processo de adaptação na capital. “Oferecemos suporte para que as famílias que escolheram a cidade como um novo lar possam se estabelecer”, afirma o gestor, ao saber que os imigrantes aprovam a ação.

Ele destaca que o projeto, batizado de Núcleos para Aprendizado da Língua Portuguesa, é destinado a jovens e adultos e dá sequência à rede social humanizada em auxílio aos estrangeiros. Além disso, a SMDHPA disponibiliza também intérpretes que apoiam o grupo na retirada de documentos, e auxiliam na inscrição em programas sociais. "A iniciativa se junta a uma série de serviços nos setores de saúde, cidadania e educação que formam uma rede de proteção social", pontua, ao citar a participação ativa das Secretarias de Educação e Saúde.

"Morei por muitos anos na África e, por meio das minhas atividades religiosas, mantive contato com refugiados de muitas partes do planeta”, afirma Rogério Cruz. “É muito difícil abandonar sua casa, seu país, e se estabelecer em uma nova cidade, com língua e culturas diferentes”, pontua. “Por isso, criamos na prefeitura suporte para que as famílias que escolheram Goiânia como um novo lar possam se estabelecer e se adaptar da melhor maneira possível”, destaca.
 
Segundo a SMDHPA, durante a atual gestão foram realizados mais de 200 atendimentos e orientações aos refugiados que estão na capital oriundos de países como Venezuela, Cuba, Haiti, e Senegal, entre outras nacionalidades. Eles recebem suporte para inscrição em programas sociais e contam com a ajuda de intérpretes na hora de retirar documentos ou legalizar a sua situação no Brasil.
 
Trabalho conjunto
Apoiando o projeto, a  Secretaria Municipal de Educação (SME) conta com um setor para auxiliar os filhos de imigrantes que estão matriculados na rede municipal de ensino. A Gerência de Inclusão, Diversidade e Cidadania acompanha as crianças e oferece, quando necessário, intérpretes, provenientes do terceiro setor, para auxiliar os pais e os alunos na hora de fazer o dever de casa. Caso necessário, também atuam no próprio processo de aprendizagem e inclusão na sala de aula com as outras crianças.
 
Iniciativa similar ocorre na Secretaria Municipal de Saúde (SMS), onde um núcleo acompanha os atendimentos de estrangeiros nas unidades do município. Com relatório em mãos, é realizado um levantamento sobre as necessidades locais, como, por exemplo, um acompanhamento maior da assistência social, ou identificados obstáculos de acesso aos serviços de saúde, como falta de documentos. Servidores da pasta também estão em fase de treinamento para atender pacientes com cultura e religião diferentes da predominante no país. 
 
“A prefeitura se preocupa em oferecer um atendimento humanizado. Nós sabemos o quanto é difícil esse momento de adaptação a um novo país, uma nova língua. Então, buscamos agir como um ente facilitador desse processo, não apenas às atribuições do município, mas também junto aos órgãos federais e estaduais”, explica a secretária municipal de Direitos Humanos e Políticas Afirmativas, Cida Garcez. 
 
Crise Humanitária
O maior desafio para o município ocorreu um pouco antes do início da pandemia, em dezembro de 2019, quando a crise humanitária que assolou a Venezuela fez com que indígenas da tribo Warao se estabelecessem na capital. Para atender as necessidades imediatas, a Prefeitura firmou com a Organização das Voluntárias de Goiás (OVG) uma parceria que forneceu refeições diárias para a população imigrante.
 
Na época, os indígenas receberam apoio de intérpretes do município para regularizar a situação junto à Polícia Federal. No dia 15 de abril de 2021, o prefeito Rogério Cruz, ao lado da primeira-dama Thelma Cruz, entregaram os primeiros 25 documentos de legalização para membros da comunidade, junto com cestas básicas. Delis Baria Moreno, um dos indígenas beneficiados, presenteou Rogério Cruz com uma obra de artesanato, em gesto de agradecimento pelo apoio da prefeitura.
 
Rogério Cruz lembrou da época em que esteve na África em missões sociais ao se solidarizar com a realidade dos imigrantes. “Passamos por situações difíceis. Quando somos imigrantes, o olhar é diferente”, relatou. “Quando as pessoas chegam em determinado local que não conhecem, elas precisam de um norte. Aqui elas recebem amparo para sobreviver”, conclui.
aredacao.com.br
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