Polônia, Varsóvia - manifestação pelos migrantes Polônia, Varsóvia - manifestação pelos migrantes
Em Varsóvia, milhares de pessoas marcharam em solidariedade para com os migrantes da Belarus que tentam entrar na Europa. O porta-voz dos jesuítas poloneses, padre Zmudzinski: "Eles não são agressores, mas desesperados, enganados e necessitados".
"Dar de comer aos famintos, vestir quem está
nu!". Milhares de pessoas gritaram as palavras de Jesus na tarde de sábado
em Varsóvia, durante a marcha de solidariedade para com os migrantes que tentam
atravessar a fronteira polonesa para entrar na Europa, enfrentando o frio, a
fome e as rejeições por parte da polícia de fronteira. Na manifestação, que
começou na Praça da União em Lublin, no centro da capital polonesa, organizada
pelas ONG que procuram ajudar os migrantes, incluindo o Centro Social dos
Jesuítas, filiado ao Jesuit Refugee Service, as bandeiras dos movimentos foram
substituídas por cobertores térmicos utilizados pelos refugiados para se
manterem aquecidos. A primeira das exigências era que os médicos regressassem à
fronteira.
Marcha pelos migrantes
As detenções e rejeições continuam na fronteira
Entretanto, na fronteira com a Belarus, as autoridades
polonesa anunciaram que somente neste sábado tinham devolvido 195 pessoas que
tentavam entrar ilegalmente no país, na zona de Dubicze Cerkiewne. "Os
estrangeiros eram agressivos, atiravam pedras, foguetes e gás
lacrimogêneo", lê-se numa declaração, especificando que a polícia tinha
prendido várias pessoas, incluindo quatro poloneses, dois ucranianos, dois
alemães, um azerbaijano e um georgiano, acusados de tentarem ajudar um grupo de
34 migrantes a atravessar a fronteira.
Minsk "mudou de tática na crise dos migrantes",
denunciou o ministro da Defesa polonês, Mariusz Blaszczak, endereçando
"grupos menores" para tentarem atravessar a fronteira com a Polônia
"em vários pontos". E advertiu que se deve "preparar para o fato
de que este problema continuará durante meses", porque "não há dúvida
de que estes ataques são dirigidos pelos serviços bielorussos". O presidente
bielorrusso, Alexander Lukashenko, admitiu que é "absolutamente
possível" que as suas forças tenham ajudado as pessoas a atravessar a
fronteira para a UE, mas negou que se tratasse de uma operação orquestrada.
Porta-voz jesuíta: não agressores, mas sim pessoas
necessitadas enganadas
Entre os participantes na marcha em Varsóvia estava o padre
Wojciech Zmudzinski, porta-voz e assistente provincial da Companhia de Jesus na
Polônia, que conversou com o Vatican
News.
O senhor neste sábado em Varsóvia participou da marcha de
solidariedade com os migrantes que tentam entrar na União Europeia vindos da
Belarus através da fronteira com a Polônia. O que é que os manifestantes
pediram?
Para enfatizar a unidade de todos, os participantes não
levavam bandeiras e faixas mostrando a sua orientação política ou afiliação
religiosa, mas as mantas térmicas utilizadas pelos refugiados para se
aquecerem, que acenavam ao lado das bandeiras dos migrantes. Era belo quando a
multidão gritava: "Alimento para os famintos, roupas para os nus". Os
manifestantes exigiram o regresso dos médicos à fronteira. Um jovem
organizador, que tinha acabado de regressar da fronteira, leu cartas dos
migrantes e contou como as pessoas dos vilarejos juntamente com católicos de
Varsóvia ajudam os migrantes. Quando a marcha começou a partir da Praça da
União em Lublin, havia vários milhares de participantes. Havia pessoas de todas
as idades, mas na sua maioria jovens. Havia também muitas famílias com filhos
pequenos. Mas eu não vi um único migrante. Espero que a marcha inspire muitas
pessoas não só a pensar na sua própria segurança mas também a dar um exemplo de
hospitalidade que custa.
.vaticannews.va
www.miguelimigrante.blogspot.com
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