Na manhã desta terça-feira, 23, a prefeita Margarida
Salomão participou da 1ª Conferência Municipal de Políticas para Migrantes em
Juiz de Fora, realizada na Casa dos Conselhos. Organizado pela Secretaria
Especial de Direitos Humanos (SEDH) e Aldeias SOS Brasil, o evento debateu
propostas para a construção do 1º Plano Estadual de Políticas Públicas para
Refugiados, Migrantes, Apátridas e Retornados de Minas Gerais.
Abrindo o encontro, a prefeita Margarida Salomão lembrou
que, em Juiz de Fora, todos são “de fora”. “Somos descendentes de portugueses,
africanos, alemães, italianos e sírio-libaneses, como é o meu caso. Nossa
cidade sempre recebeu muitos migrantes. Por isso, precisamos pensar esta
questão de forma democrática e intersetorial, mobilizando Saúde, Assistência
Social, Cultura, entre outras áreas. Trata-se de uma pauta humana, que deve ser
encarada de forma inteira e não fracionada”.
Na sequência, o secretário da SEDH, Biel Rocha, ressaltou
que a intenção da conferência é estimular a participação de refugiados,
migrantes, apátridas, retornados e entidades parceiras da sociedade civil na
construção de políticas que atendam este público-alvo. “Hoje, debatemos as oportunidades,
prioridades e desafios que temos pela frente. Estes dados serão avaliados e
servirão como base para um plano integrado. Já no dia sete de dezembro, a
prefeita irá assinar um decreto para instituir o comitê responsável pela
elaboração deste plano”, afirmou.
“Historicamente, Juiz de Fora sempre foi um município com
grande fluxo de pessoas, em virtude da sua proximidade com o Rio de Janeiro e
outras capitais. Daí a importância da cidade na construção de uma política
migratória para Minas Gerais. O encontro de hoje foi uma oportunidade de ouvir
o outro e, com certeza, também será o primeiro passo para fazer daqui um lugar
melhor”, contou Alexandre Norberto Canuto, coordenador do Núcleo de Apoio ao
Migrante e de Enfrentamento ao Trabalho Escravo e ao Tráfico de Pessoas da
Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social de Minas Gerais.
Venezuelano residente em Juiz de Fora há quatro anos,
Alberto Farias, chegou ao Brasil em 2016, sendo acolhido inicialmente em
Roraima, através do Programa de Interiorização do Governo Federal. “Deixei a
Venezuela por causa da expropriação dos açougues que tinha com minha mãe. Morei
no Amazonas e depois segui para Juiz de Fora, onde recebi um tratamento muito
acolhedor, diferente do que ocorreu no Norte. Hoje, sou feliz aqui: trabalho na
Regional Leste da Cesama, curso Comunicação Social na UFJF e me dedico também
aos concursos públicos, uma área que ainda carrega certa xenofobia com quem não
é brasileiro ou português”, declarou.
O evento também fez parte das ações do Comitê Estadual de
Atenção ao Migrante, Refugiado e Apátrida, Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas
e Erradicação do Trabalho Escravo de Minas Gerais (Comitrate). O comitê atua
junto ao Governo de Minas Gerais, através da Secretaria de Estado de Desenvolvimento
Social (Sedese), na elaboração do 1º Plano Estadual de Políticas Públicas para
Refugiados, Migrantes, Apátridas e Retornados de Minas Gerais.
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