A Guarda Nacional Mexicana admitiu na segunda-feira que agentes dispararam contra um veículo em que viajavam migrantes, causando vários feridos e uma morte.
Numa declaração, a Guarda Nacional disse que no domingo que agentes da unidade de coordenação regional "Chiapas 11" informaram que três veículos tinham escapado a um posto de controlo de segurança no município de Huixtla.
Ao contrário das instruções, o condutor tentou abalroar os membros da Guarda Nacional acelerando o veículo, pelo que, em resposta à resposta do condutor e vendo que a sua segurança estava em risco iminente, ativaram as suas armas para parar o veículo, parando-o aproximadamente 50 metros à frente", disse a instituição.
Várias pessoas saíram do veículo e tentaram correr em direções diferentes, mas foram detidas, enquanto no interior do veículo havia "quatro pessoas feridas, bem como uma que não tinha sinais vitais".
A Guarda Nacional mexicana disse ter prestado imediatamente os primeiros socorros aos feridos, que foram subsequentemente levados para o hospital regional para tratamento.
Disse que o condutor da carrinha foi detido e colocado à disposição da Procuradoria-Geral da República (FGR), e nove migrantes de diferentes nacionalidades foram também presos em coordenação com o Instituto Nacional das Migrações (INM).
Na segunda-feira, a Comissão Nacional dos Direitos Humanos (CNDH) anunciou que tinha aberto um inquérito, baseado numa queixa emitida pela organização civil Pueblos Unidos Migrantes.
No texto denunciaram que, durante o trânsito da caravana de migrantes que se está a desenvolver no estado de Chiapas, agentes da Guarda Nacional (GN) atacaram um grupo de estrangeiros com armas de fogo, causando a morte de uma pessoa de origem cubana e ferindo mais 4 pessoas.
De acordo com o testemunho dos membros da ONG, os agentes dispararam contra os migrantes quando estes não pararam quando as autoridades o solicitaram.
No domingo, o Ministério Público de Chiapas abriu uma investigação sobre a morte a tiro de um imigrante cubano que foi encontrado perto de um veículo numa estrada rural no município de Pijijiapan, em Chiapas.
Ativistas que acompanham a caravana de migrantes, como Irineo Mujica de Pueblo Sin Fronteras, denunciaram na segunda-feira que a Guarda Nacional Mexicana atacou vários migrantes com balas, causando pelo menos 13 feridos.
A região tem registado uma onda de migração sem precedentes desde o início do ano, com um fluxo histórico de 147.000 migrantes indocumentados detetados no México de janeiro a agosto, triplicando o número em 2020.
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