O calor, que em certos momentos, lembra a terra natal, e a espera, para quem aguarda por um pouco de cidadania há algum tempo, não foram obstáculos. Quase duzentos haitianos e venezuelanos estiveram na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), nesta segunda-feira, no primeiro dia de mutirão de atendimento para regularização de residência de imigrantes no Brasil. Servidores e funcionários da Polícia Federal atendem, até a próxima sexta-feira, dia 26, estrangeiros que tiveram a documentação cadastradas previamente por instituições e entidades de apoio.
A expectativa é que cerca de 900 imigrantes se regularizem até o fim do mutirão, ainda que uma instabilidade no sistema tenha atrasado alguns atendimentos, desde a manhã de hoje, quando apenas 40 pessoas foram atendidas. Dentre elas, a família de Marcelino Licett, que depois de “fazer de tudo” na Venezuela, conseguiu chegar ao Brasil há três anos e, com ajuda da Organização Internacional para as Migrações (OIM/ONU), desembarcou em Porto Alegre. “Fui eletricista, pedreiro, em mercadinho e até em atendimentos de confecção de passaportes e carteira de identidade”, conta. Hoje em dia, conserta aparelhos de ar-condicionado e mora em São Leopoldo.
A esposa, Yanetzi Franco, está atualmente desempregada, mas
a realidade atual, segundo ela, é bem mais tranquila do que o contexto
venezuelano. “Sou muito grata e esperando boas notícias”, sorri. A filha
Anthonella, dez anos, está na quarta série e adaptada ao ensino brasileiro.
“Gosto do frio”, elenca a pequena, quando perguntada sobre o que mais gosta no
Rio Grande do Sul. A ideia da família era voltar para o país de origem, mas os
planos mudaram. “Está muito difícil na Venezuela. Deixamos boa parte da família
lá, mas só voltaremos para visitar”, conta Marcelino.
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