terça-feira, 26 de junho de 2018

5 fatos sobre refugiados no Oriente Médio e no norte da África

No mês em que se comemora o Dia Mundial do Refugiado (20 de junho), o Centro Internacional de Políticas para o Crescimento Inclusivo (IPC-IG), das Nações Unidas, levantou cinco fatos sobre os refugiados que vivem no Oriente Médio e no Norte da África. Quer aprender sobre a realidade de quem tem de fugir da guerra e da violência para sobreviver? Confira abaixo:

1. A maioria dos refugiados depende de assistência humanitária

Refugiados sírios recebem assistência em dinheiro do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF). Foto: UNICEF/Stephen Gerard Kelly
Refugiados sírios recebem assistência em dinheiro do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF). Foto: UNICEF/Stephen Gerard Kelly
Como assistência e seguridade social não podem ser transferidas de país para país, os refugiados costumam perder o acesso a esses benefícios quando precisam abandonar suas casas e suas pátrias. Refugiados sírios na Jordânia, por exemplo, não recebem qualquer tipo de ajuda governamental.
Refugiados, migrantes e pessoas deslocadas internamente — que são forçadas a abandonar suas comunidades, mas continuam dentro de seus países. Todos eles são tratados de forma diferente. Embora alguns se integrem rapidamente, muitos vivem em acampamentos informais, marginalizados e com acesso restrito à ajuda humanitária, serviços sociais e oportunidades de trabalho.

2. Região tem o mais alto desemprego do mundo

Ao centro, o pai de família Abu Mohanad, que trabalhava como caminhoneiro em seu país de origem, a Síria. Vivendo no Líbano para fugir da guerra, ele luta para sobreviver e sustentar os oito filhos. Foto: UNICEF/Diego Ibarra Sánchez
Ao centro, o pai de família Abu Mohanad, que trabalhava como caminhoneiro em seu país de origem, a Síria. Vivendo no Líbano para fugir da guerra, ele luta para sobreviver e sustentar os oito filhos. Foto: UNICEF/Diego Ibarra Sánchez
Atualmente, a maioria dos refugiados vive no Oriente Médio e no Norte da África, territórios conhecidos pela sigla MENA. Além dos conflitos civis, a região enfrenta uma crise econômica, com o crescimento médio estagnado em 2% ao ano, desde a década de 1990. É o menor índice de evolução da atividade econômica em todo o mundo. O desemprego chega a 15%, também o maior do planeta.
Desde 1990, para 20% da população da região, a renda média se mantém abaixo da linha da pobreza. A proporção é maior em países como Iêmen e Sudão. Muitas nações estão passando por transformações políticas ou confrontos armados internos — que cresceram exponencialmente desde a Primavera Árabe.

3. Apenas a Turquia abriu seu sistema de proteção social para refugiados

Sírios curdos fogem de conflitos em Kobani e chegam à Turquia, país que mais acolhe refugiados, segundo o ACNUR. Em junho de 2015, número de refugiados dentro da nação era de cerca de 1,84 milhão. Foto: ACNUR / I. Prickett
Sírios curdos fogem de conflitos em Kobani e chegam à Turquia, país que mais acolhe refugiados, segundo o ACNUR. Em junho de 2015, número de refugiados dentro da nação era de cerca de 1,84 milhão. Foto: ACNUR/I. Prickett
Entre os países que receberam um grande fluxo de refugiados na região, apenas a Turquia abriu seus programas nacionais de proteção social para refugiados. Outros países não puderam fazer isso por possuírem um sistema de proteção social frágil e rudimentar ou por não estarem dispostos a oferecer recursos estatais para pessoas que não são cidadãos nacionais.

4. Fome avança no Oriente Médio e Norte da África

Criança sofrendo de desnutrição aguda é atendida por médico em Bani Al-Harith, Sanaa, no Iêmen. Foto: UNICEF/Almang
Criança sofrendo de desnutrição aguda é atendida por médico em Bani Al-Harith, Sanaa, no Iêmen. Foto: UNICEF/Almang
Contrariando a tendência mundial de erradicar a desnutrição, o Oriente Médio e o Norte da África é a única na qual os indicadores da fome aumentam desde 2000. Refugiados e pessoas internamente deslocadas costumam perder o acesso físico ou econômico à alimentação de qualidade.
Em oito países da região, incluindo Egito, Iraque, Líbia e Sudão, mais de 20% dos lares não têm o suficiente para alimentar todos os seus moradores. No Iêmen, esse número chega a 65%.
Devido à limitação de recursos, escassez de água e terra fértil, a região se tornou a maior importadora de cereais do mundo. Mais da metade das calorias consumidas vêm de alimentos importados.

5. Situação força nova abordagem de agências humanitárias emergenciais

Refugiados sírios na província de Akkar, no Líbano, recebem tendas do ACNUR, vacinas e suprimentos do UNICEF e outras agências humanitárias, além de assistência em dinheiro para comprar roupas e itens de inverno. Foto: UNICEF/Diego Ibarra Sánchez
Refugiados sírios na província de Akkar, no Líbano, recebem tendas do ACNUR, vacinas e suprimentos do UNICEF e outras agências humanitárias, além de assistência em dinheiro para comprar roupas e itens de inverno. Foto: UNICEF/Diego Ibarra Sánchez
Nos países da região que abrigam muitos refugiados, agências humanitárias estão fortalecendo suas plataformas de assistência para melhorar os sistemas nacionais de proteção social. Essa abordagem é incomum em operações de emergência tradicionais, que tendem a funcionar separadamente dos programas estatais de proteção social.
Onu
www.miguelimigrante.blogspot.com


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