sexta-feira, 8 de junho de 2018

Líbano bloqueia pedidos de autorização de residência de pessoal do ACNUR

 Imagem da história para Líbano bloqueia pedidos de autorização de residência de pessoal do ACNUR de EXAME.com
Líbano anunciou hoje ter bloqueado os pedidos de autorização de residência dos funcionários do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) devido a divergências sobre a questão do regresso dos refugiados sírios.

"Foram dadas instruções à direção do protocolo para suspender, até nova ordem, os pedidos de residência relativos ao ACNUR", indicou o Ministério dos Negócios Estrangeiros libanês num comunicado.

O ACNUR "semeia o terror nas mentes (dos refugiados) invocando o serviço militar obrigatório, o risco em termos de segurança, a questão da habitação e a suspensão das ajudas da ONU" em caso de retorno.

O Líbano acolhe perto de 1,5 milhões de refugiados sírios, um milhão dos quais estão inscritos junto do ACNUR, que fugiram da guerra que devasta o país desde 2011.
A decisão das autoridades libanesas diz respeito quer aos novos pedidos quer à renovação das autorizações de residência dadas à diretora do ACNUR no Líbano, Mireille Girard, e à sua equipa.
O chefe da diplomacia libanesa acusou na quinta-feira na rede social Twitter o ACNUR de "intimidar" os refugiados sírios registados no Líbano para os impedir de regressarem ao seu país.
Gebran Bassil criticou a agência da ONU por "trabalhar contra a política de um país soberano (o Líbano)", lamentando que, apesar das advertências das autoridades libanesas, o ACNUR continue "a sua política de integrar refugiados no Líbano".
As tensões foram conhecidas em abril quando a agência da ONU recusou participar no processo de retorno à Síria de 500 refugiados, organizado pelas autoridades libanesas em cooperação com os sírios. Girard foi na altura convocada ao Ministério dos Negócios Estrangeiros.
O regresso dos refugiados sírios deve integrar a lista de prioridades do novo governo libanês, que está a ser constituído.
O ACNUR considera que as condições humanitárias e de segurança na Síria não são propícias a um regresso dos refugiados e receia as partidas forçadas.
A guerra na Síria já causou mais de 350.000 mortos e forçou ao exílio vários milhões, a maioria dos quais se refugiou nos países vizinhos, nomeadamente na Turquia, no Líbano e na Jordânia.
DN
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