Venezuelanos se aglomeram na rua em barracas e lonas improvisadas próximo ao abrigo Jardim Floresta (Foto: Alan Chaves/G1 RR)
Segundo o levantamento, há mais de 1,5 mil imigrantes em situação de rua em todo o estado. A maior concentração é na capital Boa Vista, onde há 619 venezuelanos nas ruas, seguida por Pacaraima, município na fronteira, que tem cerca de 434 em igual situação
De acordo com o mapeamento, só não há venezuelanos vivendo nas ruas de São João da Baliza, Alto Alegre, Normandia, Uiramutã e Cantá.
Venezuelanos em situação de rua em Roraima
Município | Quantidade |
Boa Vista | 619 |
Pacaraima | 434 |
Amajari | 310 |
Mucajaí | 62 |
Caroebe | 36 |
Bonfim | 31 |
Rorainópolis | 29 |
Caracaraí | 17 |
Iracema | 15 |
São Luiz | 13 |
Total: | 1.566 |
A contagem dos imigrantes, segundo a Força Tarefa, foi feita por militares em horários noturnos e em locais onde havia concentração de pessoas. O levantamento, no entanto, não é considerado um censo. Ele foi finalizado no dia 16 de junho.
Imigração venezuelana para Roraima
O estado recebe um crescente número de imigrantes desde 2015. Eles fogem, principalmente, da escassez de comida e de remédios na Venezuela e alguns percorrem até a pé os 215 quilômetros que separam Boa Vista da fronteira. No Brasil, pedem refúgio ou residência temporária à Polícia Federal.
Em 2017, o governo decretou situação de emergência por causa da imigração venezuelana, e no início deste ano o presidente Temer assinou um decreto reconhecendo a situação de vulnerabilidade do estado.
Venezuelanos em situação de rua em Pacaraima, na fronteira com a Venezuela (Foto: Alan Chaves/G1 RR/Arquivo)
A1ª Brigada de Infantaria de Selva, que cuida da fronteira, calcula que a média de entrada de venezuelanos em Roraima nos últimos cinco meses foi de 416 pessoas por dia. A Organização das Nações Unidas (ONU), já afirmou que o índice chega a até 800 pessoas por dia.Um mapeamento da prefeitura de Boa Vista divulgado no último dia 18 contabilizou que 25 mil venezuelanos estão vivendo só na capital, o equivalente a 7,5% da população local, que é de 332 mil habitantes.
Antes desse estudo, a prefeitura estimava que 40 mil venezuelanosestavam na cidade. Nessa época, só a praça Simón Bolívar - que foi cercada com tapumes e desocupada em maio - tinha cerca de 1,2 mil venezuelanos em situação de rua.
Venezuelanos passam a noite debaixo das marquises no entorno da praça Simón Bolívar (Foto: Emily Costa/G1 RR/Arquivo)
Em razão da imigração, nove abrigos públicos foram abertos em Roraima - cinco só neste ano. Juntos, eles têm capacidade para 3,5 mil pessoas, mas já abrigam cerca de 4,2 mil.
O maior deles, o abrigo Jardim Floresta,tem um acampamento de 200 pessoas logo em frente. Os imigrantes vivem lá de forma improvisada esperando vagas.
A expectativa, segundo a Força Tarefa, é que mais dois abrigos sejam abertos na capital até o fim deste mês.
Eles terão mais de 1 mil vagas para receber os imigrantes que estão em situação de rua na cidade.Além disso, um outro abrigo deve ser aberto em Pacaraima até o final de julho. Ele terá mais de 400 vagas.
Atualmente, o único abrigo na fronteira só recebe indígenas, na maioria da etnia Warao, que também deixaram a Venezuela em razão da crise.
G1 Roraima
www.miguelimigrante.blogspot.com
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