Dois dias intensos de encontros com uma visita ao centro de
acolhimento de Lampedusa, ao monumento Porta da Europa e a celebração da missa
na paróquia da ilha.
Uma delegação do Governo de Burkina Fasso e um grupo de
bispos de Burkina Fasso e Níger foram à Ilha de Lampedusa, situada na Sicília,
sul da Itália, para recordar os imigrantes vítimas de naufrágios no Mar
Mediterrâneo e agradecer ao povo da ilha pelo acolhimento durante todos estes
anos.
Os bispos vieram, ao Vaticano, para a visita ad Limina e
decidiram visitar Lampedusa onde chegaram, nesta terça-feira (29/05), para um
visita de dois dias, com a delegação do Governo de Burkina Fasso.
Encontros e oração
Dois dias intensos de e
ncontros com uma visita ao centro de
acolhimento de Lampedusa, ao monumento Porta da Europa e a celebração da missa na paróquia da ilha.
Nesta quarta-feira (30/05), acompanhados por representantes
institucionais nacionais e locais, os bispos fizeram uma homenagem às milhares
de vítimas de naufrágios, foram ao cemitério e ao Cais de Nossa Senhora de onde
partem vários socorros e chegam várias pessoas em busca de um futuro melhor. Os
bispos africanos lançaram uma coroa de flores no mar a bordo de um barco da
Guarda Costeira.
Mundo mais solidário
A delegação dos bispos é guiada pelo presidente da
Conferência Episcopal de Burkina e Níger, Dom Paul Y. Ouedraogo, arcebispo de
Bobo-Dioulasso, em Burkina Fasso, que na entrevista ao pe. Jean-Pierre Bodjoko,
sublinha o espírito com o qual os bispos fazem essa visita e a dor pela perda
de tantas vidas nas águas do Mediterrâneo. Em suas palavras, o forte desejo a
fim de que o mundo seja sempre mais globalizado no âmbito da solidariedade.
Dom Ouedraogo: “Queremos viver esta viagem como uma
verdadeira peregrinação. Trata-se de um local que foi alcançado, a Porta da
Europa, por aqueles que conseguiram escapar da morte no deserto e da morte no
Mediterrâneo. Queremos nos recolher em oração por todos aqueles que morreram
nesta estrada da imigração. Queremos rezar também por aqueles que conseguiram
chegar aqui e hoje procuram organizar uma nova vida. Para nós é também a
ocasião para agradecer a população de Lampedusa, pois foi ela quem socorreu
aqueles que conseguiram fazer a travessia, permitindo-lhes reencontrar a sua
dignidade de homens e mulheres. Estamos fazendo esta peregrinação seguindo as
pegadas do Santo padre com o pensamento voltado aos migrantes que são
africanos. São filhos da África a maioria e nós devemos não somente rezar por
eles, mas fazer o possível para que esta migração não seja considerada sempre a
única solução aos problemas dos jovens, porque são sobretudo eles que se lançam
nesta aventura”.
O problema dos imigrantes é fonte de preocupação para o
senhor?
Dom Ouedraogo: "Certamente! Nos preocupa porque como
você sabe o Níger é um país por onde passam aqueles que se aventuram no
deserto. Os países envolvidos são Burkina Fasso e Níger de onde eles partem,
passando pela Argélia ou pela Líbia. Obviamente, estamos preocupados com essas
pessoas. Depois, tem também o aspecto da experiência que estamos fazendo há
alguns anos com a Comunidade de Santo Egídio: é na troca de ideias que pensamos
que uma iniciativa desse tipo reacenderia a esperança, mas sobretudo interpelar
ainda o mundo para que faça um apelo à sua capacidade de solidariedade. É
verdade que a globalização tocou os mercados e a economia, mas no âmbito da
solidariedade, do amor ou simplesmente do sentido de humanidade, a globalização
não produziu ainda grandes resultados.”
Radio Vaticano
www.miguelimigrante.blogspot.com
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