O Grupo
de Trabalho (GT) de Enfrentamento ao Tráfico Humano da CNBB fez uma
retrospectiva das atividades realizadas e discutiu a realidade do tráfico
de pessoas e a do trabalho escravo hoje, no Brasil.
Cerca de
20 pessoas participam da reunião do GT, nesta quarta-feira, 1º de
junho, na
sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Na
ocasião, o bispo auxiliar de Brasília e secretário geral da CNBB, dom
Leonardo Steiner destacou a importância do trabalho desenvolvido pelo grupo e
enfatizou o apoio dado tanto pelo Ministério da Justiça como do Ministério
Público. “Quero manifestar a minha opinião que é a de darmos continuidade com
esse grupo de trabalho, ele é fundamental, talvez até pudéssemos ampliar esse
grupo de trabalho para um grupo de coordenação ou até mesmo uma Comissão”,
disse.
O bispo
ressaltou também a necessidade de a Igreja continuar ajudando os que sofrem com
esse tipo de situação – a do tráfico. “Nós desejamos em nome do Evangelho
continuar cuidando dessas filhas e desses filhos de Deus, é uma obrigação
nossa, é uma obra de misericórdia”, sublinhou.
O bispo
de Ipameri (GO) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço da
Caridade, Justiça e Paz – dom Guilherme Werlang - destacou o serviço da CNBB em
favor das vítimas do tráfico humano. Para ele, essa preocupação por parte da
Conferência já vem de muito tempo.
“A CNBB
está reunida novamente por meio de um grupo de trabalho que surgiu da Campanha
da Fraternidade sobre o tema. Estamos aqui avaliando o que efetivamente já foi
feito, quais os passos realizados, mas também estamos atualizando os dados e
olhando como está essa situação em nosso país, hoje”, afirmou.
O bispo
fez ainda um apelo. “Queremos discutir, queremos levar ao povo brasileiro para
que finalmente acordem para essa realidade. Nós precisamos, como Igreja, fazer
com que a sociedade tome consciência dessa chaga social que ainda está aberta
como uma ferida, que quase é incurável na nossa sociedade”, acrescentou.
Trabalho Escravo
Na
reunião, o grupo também refletiu sobre a situação do trabalho escravo no país.
O bispo de Balsas (MA) e referencial do GT, dom Enemésio Ângelo
Lazzaris, lembrou que em 2015 houve poucos casos registrados - de pessoas
encontradas em situação análoga a de trabalho escravo. “Não é por
causa desses números que o problema não exista, que não esteja presente. Nota-se
a crescente presença de trabalho escravo no campo e nas cidades, e não podemos
esquecer também do trabalho infantil”, ressaltou.
O bispo
cobrou ainda uma maior atuação por parte do Estado. “Falta um monitoramento,
falta uma presença, falta uma ação mais incisiva e agentes do governo para
registrar esses casos e poder concretizá-los, porque nós do grupo já
verificamos essa situação, mas não temos condição de fazer o flagrante ou de
autuar”, enfatizou.
O GT de
Enfrentamento ao Tráfico Humano é formado por representantes de diversas
pastorais, como a da Juventude, Migrante, Mulher Marginalizada, Menor e
Afro, bem como por membros da CNBB, da Conferência dos
Religiosos do Brasil e da Comissão Pastoral da Terra.
CNBB
www.miguelimigrante.blogspot.com
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