Chile: histórias chocantes de migrantes em busca de uma vida digna

 O documentário "Esperanza sin Fronteras" que será apresentado dia 18 de maio, mostra o sofrimento dos migrantes venezuelanos no Chile. São agredidos, à mercê de máfias que lucram com seu desespero... Mas para eles vale a pena arriscar suas vidas se houver alguma chance de uma vida digna. É o que sublinha a nota da Conferência Episcopal Chilena, que apresenta o trabalho humanitário da Igreja Católica em Colchane, uma pequena cidade do interior

Vatican News

Segundo estimativas do Serviço Nacional de Migração (SNM) do Chile, no ano 2020 (últimos dados disponíveis) havia 448.138 venezuelanos no Chile, de um total de 1.462.103 estrangeiros. Com relação à população irregular, o Serviço Jesuíta de Migração do Chile (SJM) enfatiza que "por sua própria natureza, é impossível saber com certeza". No dia 18 de maio será transmitido um documentário "Esperanza Sin Fronteras", que apresenta histórias chocantes e comoventes daqueles que fogem da ditadura, da violência econômica e política, da fome e da criminalidade em seu país. Uma nota da Conferência Episcopal Chilena aponta a iniciativa. 

Tudo por uma vida digna

Ao longo do caminho são agredidos, roubados de tudo, à mercê de máfias que lucram com seu desespero... eles chegam com crianças pequenas e adultos idosos desidratados, à beira do colapso. Porém segundo relatos acreditam que vale a pena arriscar suas vidas e deixar seu país, se houver pelo menos uma chance de uma vida digna para eles e suas famílias. Segundo a imprensa local, sete pessoas já perderam a vida entre janeiro e março deste ano. No entanto, os testemunhos do documentário estimam que pode haver centenas de mortes nos últimos anos, muitas delas desconhecidas, cujos corpos foram abandonados em várias áreas desérticas e pantanosas que os migrantes atravessam da Venezuela para chegar ao Chile.

O documentário

O documentário "Esperanza Sin Fronteras" apresenta o trabalho humanitário da Igreja Católica em Colchane, uma pequena cidade de quase 1.700 habitantes que converteu sua modesta capela "Nuestra Señora de Los Dolores" em um centro de acolhida temporária, onde se oferece hospitalidade e comida aos migrantes, que de outra forma dormiriam na rua, em temperaturas abaixo de zero, comendo a comida que encontram no lixo. No documentário também pode ser visto o trabalho do Episcopado de Iquique, das Irmãs Missionárias Franciscanas de Maria e da Congregação Missionária da Imaculada Catarina de Siena, que juntamente com a Agência das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) e a Cáritas do Arcebispado de Santiago, que distribuem kits de alimentos de emergência a migrantes e refugiados.

O documentário, que também inclui imagens de arquivo de manifestações e violência contra migrantes, tem como objetivo sensibilizar sobre a crise humanitária de migrantes e refugiados que chegaram ao Chile sem autorização, e visa unir organizações nacionais e internacionais da sociedade civil, do Estado e da comunidade empresarial para formar um grupo de trabalho intersetorial para buscar soluções concretas.

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