No mês de abril, a Agência da ONU para as Migrações (OIM) iniciou a distribuição de cartões para aquisição de alimentos e outros itens básicos de primeira necessidade a refugiados e migrantes vulneráveis da Venezuela impactados pela pandemia de COVID-19. Foram 613 unidades entregues ao longo do mês, beneficiando 2.344 indivíduos.
As pessoas favorecidas foram identificadas e selecionadas em coordenação com organizações parceiras da OIM, que também forneceram apoio para as entregas dos cartões. Ao todo, as distribuições foram realizadas em oito estados: Acre, Bahia, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rondônia e São Paulo, além do Distrito Federal.
Nesta fase do projeto, o valor do benefício pode variar de R$250 a R$700 mensais, a depender da composição da família, por até três meses. A expectativa é distribuir pelo menos 2 mil vales-alimentação, alcançando mais de 5 mil pessoas, até agosto de 2022, mitigando os efeitos da pandemia e seus impactos socioeconômicos, especialmente a insegurança alimentar, para as famílias venezuelanas vulneráveis.
Kenia foi uma das beneficiárias em Brasília. Ao buscar o vale, ela desabafou sobre a dificuldade em comprar alimentos e agradeceu a ajuda recebida no novo país. “Cheguei ao Brasil em 2018 e estamos sendo muito apoiados aqui. O cartão vai ser de muita utilidade, porque a comida está muito cara, e isso vai nos possibilitar complementar nossa alimentação”, diz.
Geraldine, que recebeu o benefício em Minas Gerais, concorda que a ajuda veio no momento certo: “Quero agradecer muito esse apoio. Veio em boa hora, estávamos precisando muito”, conta.
“As famílias venezuelanas vulneráveis continuam sofrendo os impactos socioeconômicos da COVID-19 mesmo com o pico da crise sanitária tendo passado. O apoio na forma de cartões para a compra de alimentos e outros itens de necessidade básica é fundamental para a assistência imediata à essa população no Brasil”, ressalta o coordenador do projeto, Guilherme Otero.
Critérios e parceria
A OIM e seus parceiros implementadores em cada cidade priorizam famílias venezuelanas que não possuem renda suficiente para garantir sua alimentação, são compostas por crianças e idosos, pessoas com doenças crônicas, ou que tenham passado por violações de direitos humanos, entre outros critérios.
Os primeiros lotes foram distribuídos pelos seguintes parceiros em todo o país:
- Cáritas Brasileira Regional Nordeste I em Natal (RN);
- Cáritas Brasileira Regional Nordeste II em Pernambuco (PE);
- Cáritas Arquidiocesana de Porto Velho, em Porto Velho (RO)
- Cáritas Arquidiocesana de Rio Branco, em Rio Branco (AC);
- Instituto Migração e Direitos Humanos (IMDH) em Brasília (DF);
- Missão Paz e o Centro de Referência e Atendimento a Imigrantes (CRAI) em São Paulo (SP);
- Núcleo de Apoio a Migrantes e Refugiados da Universidade Federal da Bahia, em Salvador e Lauro de Freitas (BA);
- Rever Cidadania, em Campinas (SP);
- Serviço Pastoral dos Migrantes do Nordeste (SPM-NE) em João Pessoa (PB);
- Trabalho de Apoio a Migrantes Internacionais (TAARE) em Uberlândia (MG).
A ação faz parte do projeto iniciado em 2020, no auge na epidemia de COVID-19. Nessa primeira fase, a OIM e mais de 40 parceiros em diferentes estados do País beneficiaram mais de 10.500 refugiados e migrantes vulneráveis.
A entrega de vales-alimentação faz parte do Plano Estratégico Global de Resposta e Recuperação de COVID-19 da OIM, e é financiada pelo Escritório de População, Refugiados e Migração (PRM) do Departamento de Estado dos Estados Unidos. A emissão dos vales é feita pela Sodexo Pass do Brasil e o Instituto Stop Hunger, a partir de uma parceria nacional com a OIM. Isso permite que os cartões sejam utilizados em uma ampla rede de mercados, supermercados, açougues, padarias e outros estabelecimentos em todos os municípios brasileiros.
OIM
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