sábado, 28 de maio de 2022

Entenda a diferença entre tráfico e contrabando de migrantes

 


Unicef/Osama Idriss
Menino de 17 anos no leste do Sudão, que sobreviveu ao tráfico humano, expressa seu desejo por liberdade.

A pandemia de Covid-19 fez aumentar os riscos para pessoas que buscam uma vida melhor em outros países, segundo uma especialista do Escritório da ONU sobre Drogas e Crime, Unodc. 

A brasileira Alinne Pedra Jorge destaca que a piora da situação socioeconômica, que vem sendo observada nos últimos dois anos, aumentou a vulnerabilidade dos migrantes.  

Um mesmo objetivo, duas situações diversas 

Com isso, muitas pessoas que tentam cruzar fronteiras acabam sendo vítimas de golpistas e traficantes de seres humanos. Mas qual a diferença entre tráfico e contrabando de migrantes? A responsável pela área de Prevenção do Crime do Unodc explica: 

“A gente tem situações de pessoas que são desde o início enganadas realmente, que recebem falsas promessas de uma vida melhor no exterior ou na Europa ou até de um emprego e são completamente ludibriadas quando chegam ao país de destino. E temos a situação de pessoas que começam a jornada como migrantes, que pagam e fazem uma negociação com o chamado contrabandista, enquanto a pessoa que foi traficada, ela fica numa situação de exploração e até são submetidas à violência etc.” 

Exploração sexual  

Migrantes da Nigéria que foram resgatados pela Guarda Costeira Líbia.
Foto: © UNICEF/Alessio Romenzi
Migrantes da Nigéria que foram resgatados pela Guarda Costeira Líbia.

Segundo Alinne Pedra Jorge, existem ainda casos de migrantes que fazem um acordo com os contrabandistas, mas ao não conseguirem pagar toda a dívida, antes ou durante a jornada, essas pessoas tornam-se vítimas do tráfico, sendo obrigadas a realizar trabalhos forçados ou exploradas sexualmente.  

No caso das crianças que se tornam vítimas, a especialista do Unodc explica que muitas são obrigadas pelos traficantes a mendigar nas ruas.  

A oficial do Unodc menciona ainda cidadãos da África que pagam cerca de € 3 mil no início do percurso para tentarem recomeçar a vida em países europeus.  

A agência da ONU trabalha diretamente com os países, policiais e promotores no combate e na prevenção tanto do contrabando como do tráfico de migrantes.  

  

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