A pandemia de Covid-19 fez aumentar os riscos para pessoas que buscam uma vida melhor em outros países, segundo uma especialista do Escritório da ONU sobre Drogas e Crime, Unodc.
A brasileira Alinne Pedra Jorge destaca que a piora da situação socioeconômica, que vem sendo observada nos últimos dois anos, aumentou a vulnerabilidade dos migrantes.
Um mesmo objetivo, duas situações diversas
Com isso, muitas pessoas que tentam cruzar fronteiras acabam sendo vítimas de golpistas e traficantes de seres humanos. Mas qual a diferença entre tráfico e contrabando de migrantes? A responsável pela área de Prevenção do Crime do Unodc explica:
“A gente tem situações de pessoas que são desde o início enganadas realmente, que recebem falsas promessas de uma vida melhor no exterior ou na Europa ou até de um emprego e são completamente ludibriadas quando chegam ao país de destino. E temos a situação de pessoas que começam a jornada como migrantes, que pagam e fazem uma negociação com o chamado contrabandista, enquanto a pessoa que foi traficada, ela fica numa situação de exploração e até são submetidas à violência etc.”
Exploração sexual
Segundo Alinne Pedra Jorge, existem ainda casos de migrantes que fazem um acordo com os contrabandistas, mas ao não conseguirem pagar toda a dívida, antes ou durante a jornada, essas pessoas tornam-se vítimas do tráfico, sendo obrigadas a realizar trabalhos forçados ou exploradas sexualmente.
No caso das crianças que se tornam vítimas, a especialista do Unodc explica que muitas são obrigadas pelos traficantes a mendigar nas ruas.
A oficial do Unodc menciona ainda cidadãos da África que pagam cerca de € 3 mil no início do percurso para tentarem recomeçar a vida em países europeus.
A agência da ONU trabalha diretamente com os países, policiais e promotores no combate e na prevenção tanto do contrabando como do tráfico de migrantes.
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