segunda-feira, 25 de outubro de 2021

Ajudemos os refugiados na Líbia, ouço seus gritos!

 Na Praça São Pedro, ao final do Angelus, Francisco denunciou as condições desumanas em que se encontram milhares de refugiados e requerentes de asilo no país do norte da África. Disto, o apelo à comunidade internacional para que dê prioridade ao resgate de vidas no mar e garanta rotas migratórias regulares e acesso aos procedimentos de asilo: “Pôr um fim ao regresso dos migrantes a países inseguros”

Barco com migrantes na travessia do Mediterrâneo (Imagem de Arquivo)  (ANSA)
Foto Ansa

No final do Angelus, o Papa expressa, antes de tudo, a sua proximidade pessoal “aos milhares de migrantes refugiados e a outros necessitados de proteção na Líbia”. Para eles, Francisco pronuncia palavras de apoio, movido pôr uma profunda preocupação e uma viva comoção.

“Eu nunca esqueço de vocês. Eu ouço seus gritos e oro por vocês”

O apelo à comunidade internacional

 

A denúncia do Papa ressoa forte na Praça São Pedro: “Muitos destes homens, mulheres e crianças são submetidos a violências desumanas”, disse o Bispo de Roma. E "mais uma vez" pede à comunidade internacional "que cumpra as suas promessas de buscar soluções comuns, concretas e duradouras para a gestão dos fluxos migratórios na Líbia e em todo o Mediterrâneo".

“E quanto sofrem aqueles que são mandados de volta ... Lá existem verdadeiros campos de concentração.”

Não ao retorno de migrantes a países inseguros

 

“É preciso pôr um fim com o retorno dos migrantes a países inseguros”, diz o Papa, que junto com isso pede para “dar prioridade ao resgate de vidas humanas no mar com dispositivos de resgate e desembarque previsíveis, para garantir a eles condições de vida dignas alternativas à detenção, percursos regulares de migração e acesso aos procedimentos de asilo”.

Todos somos responsáveis

 

Francisco chama todos os católicos do mundo a não permanecerem indiferentes diante deste drama contemporâneo, a não vê-lo como algo distante ou grande demais para poder agir: “Todos nos sintamos responsáveis ​​por estes nossos irmãos e irmãs, que há tantos anos são vítimas desta gravíssima situação”, um convite inequívoco que se concretiza numa ação imediata, pequena mas necessária: a oração.

Rezemos juntos por eles, em silêncio....

O alarme para um barco à deriva

 

Na praça lotada de 12 mil fiéis, onde brilha um sol quase primaveril, por alguns momentos só se ouve o som dos pássaros e o choro de uma criança. O silêncio é quebrado pelos aplausos a este forte apelo do Papa, que surge poucas horas depois dos avistamentos na manhã deste domingo de barcos à deriva no Mediterrâneo, "em fuga" do país do Norte de África.

Trata-se de um barco com problemas de motor, à mercê das ondas e do vento, com 68 pessoas a bordo, incluindo muitas crianças, segundo a Alarm Phone, serviço telefônico para migrantes em dificuldade no mar. Foi pedido uma intervenção urgente e dado o alarme para que a recente tragédia do bote semi-afundado com 60 migrantes a bordo não se repita.

ACNUR ao governo da Líbia: plano urgente é necessário para requerentes de asilo


No sábado, 23, por outro lado, o convite do ACNUR, a Agência da ONU para os Refugiados, ao governo da Líbia para responder à situação desesperadora dos requerentes de asilo e refugiados de uma forma que respeite a dignidade e os direitos humanos.

As batidas e prisões arbitrárias realizadas recentemente pelas autoridades líbias em áreas habitadas principalmente por refugiados e requerentes de asilo causaram de fato inúmeras mortes e levaram milhares de pessoas à detenção, muitas perderam suas casas ou estão agora reduzidas à pobreza.

"Desde o início das batidas e prisões conduzidas pelas autoridades líbias em outubro por razões de segurança, vimos uma deterioração drástica na situação dos requerentes de asilo e refugiados vulneráveis ​​em Trípoli", disse Vincent Cochetel, enviado especial do ACNUR para o oeste e Mediterrâneo central. “É necessário que as autoridades líbias elaborem um plano eficaz que respeite seus direitos e identifique soluções duradouras”.

Vatican News

www.miguelimigrante.blogspot.com

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