sábado, 10 de outubro de 2020

Paraguai anuncia reabertura da Ponte da Amizade e de aeroportos


 Fotografia Miguel Ahumada

O governo do Paraguai anunciou nesta sexta-feira que os principais aeroportos do país serão reabertos a partir de 21 de outubro, após sete meses fechados por causa da pandemia do novo coronavírus, assim como a Ponte da Amizade, na fronteira com o Brasil, já na semana que vem.

Todas as companhias aéreas com rotas no país poderão voltar a operar regularmente cumprindo um protocolo sanitário, segundo o assessor de Assuntos Internacionais da Presidência, Federico González.

González também anunciou a reabertura da Ponte da Amizade que liga a Ciudad del Este, no Paraguai, a Foz do Iguaçu, no Brasil, no dia 15 de outubro. A abertura será oficializada pelos presidentes Mario Abdo Benítez e Jair Bolsonaro em um encontro na fronteira. A operadora Itaipu Binacional confirmou a presença do brasileiro, no que será sua quarta viagem à região desde que assumiu a Presidência.

De acordo com o jornal paraguaio ABC Color, o horário de entrada no Paraguai pela ponte será entre 5h e 14h. Após isso, a circulação só será autorizada para quem estiver saindo. Autoridades de saúde farão o controle da imigração e haverá um cordão sanitário. Segundo González, o trabalho será feito em parceria com as autoridades brasileiras.

Segundo o protocolo de voos, o passageiro deve cumprir uma quarentena de 14 dias em um domicílio ao chegar no Paraguai ou de sete dias se apresentar um teste negativo de Covid-19, tendo que realizar outro no final desse período.

Antes, em setembro, o país lançou um plano piloto de voos semanais com o Uruguai. Mas os requisitos, que incluíam quarentena em hotel e um seguro saúde internacional com cobertura para a Covid-19, desencorajaram os usuários, segundo as companhias aéreas.

— Agora a responsabilidade será de cada um, já que o governo não poderá fazer controles individuais — disse González, acrescentando que as medidas valem para paraguaios e estrangeiros.

Drama na fronteira

O fechamento da Ponte da Amizade em 18 de março atingiu duramente o comércio no lado paraguaio. Lojas fecharam, gerando uma massa de desempregados, boa parte deles brasileiros que cruzavam as fronteiras todos os dias, o que acabou por causar impactos na economia de Foz.

Além dos brasileiros que ficaram desempregados com o fechamento das lojas, Foz perdeu a mão de obra paraguaia, presença marcante no setor da construção civil e informal. De acordo com a Secretaria Municipal de Turismo, em média sete em cada dez turistas que vão a Foz são brasileiros. Este visitante vai à cidade atrás, também, das compras mais baratas do lado paraguaio da fronteira.

Além disso, a fronteira registra uma movimentação de 20 mil veículos por dia em períodos normais, movimentando cerca de US$ 500 milhões (cerca de R$ 2,762 bilhões) por mês, segundo a Câmara do Comércio de Ciudad del Este.

À crise econômica se somou o drama dos paraguaios que não conseguiam retornar ao seu país. Em abril, chegavam em torno de 150 e 200 paraguaios todos os dias à Ponte da Amizade, muitos deles vindos de São Paulo. Eles passavam horas e até dias aglomerados na ponte até o governo autorizar seu retorno ao país.

As fronteiras do Paraguai foram fechadas no final de março com o objetivo de impedir a propagação do novo coronavírus após os primeiros casos serem detectados no país. Segundo o Ministério da Saúde, até quinta-feira, o país havia registrado 47.316 infecções pela Covid-19 e 1.012 mortes.

Já no Brasil, segundo dados do consórcio de veículos de imprensa desta quinta-feira, são 5.029.539 infectados pela Covid-19 e 149.034 mortos.

A situação na Ponte da Amizade, no entanto, melhorou à medida em que o Conselho de Defesa Nacional conseguiu organizar a distribuição das pessoas em albergues transitórios, onde deviam cumprir quarentena. Com o tempo, o fluxo de paraguaios do Brasil também diminuiu.

Extra

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