quinta-feira, 8 de outubro de 2020

Centenas de organizações pedem mudanças na política migratória europeia

 

Foto Pixabay 

Centenas de organizações europeias assinaram uma declaração conjunta apelando a uma mudança de rumo na política de migração da União Europeia e ao descongestionamento das ilhas no mar Egeu, um mês após os incêndios no campo de Moria.

As 450 organizações e os 166.000 cidadãos europeus que aderiram à campanha promovida por organizações não-governamentais (ONG) - Europe Must Act, Help Refugees, Legal Centre Lesvos, Lesvos Solidarity, Refugee Rights Europe, Still I Rise e Médicos Sem Fronteiras - lamentaram que o pacto migratório que a Comissão Europeia propôs no mês passado "pareça consolidar as mesmas políticas que têm causado anos de sofrimento nas ilhas".

Além disso, exortaram os líderes da UE "a abandonar as propostas para entrincheirar instalações nas fronteiras em toda a Europa".

"Nunca mais significa nunca mais", afirmaram.

A petição assinalou que o novo campo de migrantes na ilha grega de Lesbos, que foi construído "à pressa" sobre um antigo campo de tiro à beira-mar e exposto aos elementos da natureza, lembra "a miséria" que caracterizou o centro de receção e identificação de Moria, totalmente destruído por incêndios no início de setembro.

Os signatários destacaram que homens, mulheres e crianças dormem em tendas sobre esteiras, não há água canalizada, nem chuveiros e há poucos sanitários químicos, enquanto a alimentação é distribuída apenas uma vez ao dia.

Além disso, referiram que os refugiados que vivem nos campos das ilhas de Chios, Samos, Leros e Kos "estão igualmente presos e amontoados em condições desumanas" e lembram que em Samos mais de 4.300 pessoas vivem num campo construído para 650.

As ONG também lamentaram que nessas condições seja impossível aos moradores dos acampamentos adotarem medidas preventivas, como distanciamento físico e limpeza pessoal, contra a pandemia do novo coronavírus, enquanto, por parte das autoridades, não houver plano de atendimento médico adequado.

De acordo com as ONG que promovem esta campanha, desde os incêndios que destruíram campo de migrantes de Moria, mais de meio milhão de cidadãos assinaram apelos semelhantes, citando os promovidos pela SeeBrücke e a Amnistia Internacional.

Lusa

www.miguelimigrante.blogspot.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário