Lançada em abril de 2019, a novela “Órfãos da Terra”, da Rede Globo, tornou-se um marco pela serenidade e relevância com que tratou a temática dos refugiados em seu enredo. Escrita por Duca Rachid e Thelma Guedes, a novela já conquistou duas importantes premiações: o Rose D’Or Awards (prêmio suíço que destaca as melhores produções da televisão do mundo) na categoria Serial Drama; e o Grand Prize do Seoul Drama Awards (premiação sul-coreana que é uma das mais importantes da Ásia). Recentemente, a novela foi indicada ao Emmy Internacional 2020 na categoria “Melhor Telenovela”.
“A Agência da ONU para Refugiados está muito feliz com as premiações que a novela ‘Órfãos da Terra’ vem conquistando pois acreditamos desde o início neste emblemático projeto, fruto de muita pesquisa, comprometimento social e envolvimento de toda a equipe da Rede Globo, entre produtores, autoras e elenco. O resultado não poderia ser outro senão o reconhecimento internacional de que se trata de uma produção artística de profundo impacto social”, afirma Jose Egas, Representante do ACNUR no Brasil.
Em caráter de folhetim, a produção teve como pano de fundo o tema dos refugiados, retratando a fuga de uma família da Síria para o Brasil em busca de paz e proteção. Exibida entre abril e setembro de 2019, sob a direção artística de Gustavo Fernández, a obra já foi licenciada para mais de 50 países e segue concorrendo a outras premiações.
Além da colaboração técnica do ACNUR junto às autoras e equipe de produção, provendo informações, contextualizando o processo de integração de pessoas refugiadas e facilitando o contato do elenco com pessoas refugiadas, a Agência da ONU para Refugiados disponibilizou tendas familiares usadas na resposta humanitária a refugiados e migrantes da Venezuela, em Roraima, para compor um campo de refugiados fictício, onde foram gravadas cenas dos capítulos iniciais da novela. Também cedeu outros materiais de visibilidade que foram essenciais para a composição de vários cenários da novela.
“A novela ‘Órfãos da Terra’ contribuiu imensamente para que o tema dos refugiados fosse amplamente apresentado e assimilado entre o público brasileiro, tornando mais compreensível os motivos e as necessidades das pessoas que são forçadas a deixar seus locais de origem por conta de guerras, conflitos armados e perseguições de diferentes naturezas”, afirma Luiz Fernando Godinho, Oficial de Informação Pública do ACNUR.
A novela da TV Globo contou a história do relacionamento amoroso quase impossível de Jamil (Renato Góes) e Laila (Julia Dalávia). Laila estava prometida em casamento ao sheik Aziz (Herson Capri) e foge com seus pais para São Paulo. O sheik envia seu afilhado Jamil para o Brasil para buscá-la, mas ele acaba se apaixonando pela jovem. A novela está disponível no Globoplay e apresenta em seu enredo diferentes temas atuais que as pessoas refugiadas vivenciam no Brasil, como as aulas de português, revalidação de diploma, xenofobia, busca de trabalho e abertura de seus próprios negócios.
Os vencedores do prêmio Emmy Internacional serão conhecidos no dia 23 de novembro. A novela “Órfãos da Terra” está concorrendo com outras três produções da Argentina, China e Portugal.
O ACNUR Brasil está na torcida pela novela que retratou a saga de uma família refugiada e seu processo de integração local em São Paulo, contanto também com o apoio técnico de diversas pessoas refugiadas e de organizações parceiras do ACNUR, como a Missão Paz (trabalha no abrigamento, cursos de português e encaminhamento de pessoas refugiadas para oportunidades de emprego), IKMR (atua no acompanhamento escolar de crianças refugiadas) e Compassiva (realiza a revalidação de diplomas de pessoas refugiadas).
Independentemente do resultado do Emmy Internacional, o ACNUR sente-se muito satisfeito com os resultados já conquistados pela novela, como bem sintetiza a atriz Alice Wegmann, que atuou na trama.
“Mais importante é poder tocar o coração de muita gente. Do outro lado do mundo tem gente que se identifica com a história de amor, empatia. Foi muito bonito. A gente entende que não tem espaço mais para xenofobia, intolerância, preconceito”.
Acnur
www.miguelimigrante.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário