sexta-feira, 20 de março de 2020

Refugiada síria reflete sobre impactos da guerra por meio da música

Com graça e confiança, a síria Naleen, de 15 anos, dedilha seu tanbur, um instrumento tradicional de cordas que parece uma extensão de seu corpo. Por meio da música, ela conta sua história para o mundo.
Para Naleen, a arte reflete a realidade: seu tanbur foi uma das únicas coisas que foi capaz de levar consigo quando fugiu da Síria há menos de seis meses.
Hoje, ela mora com a mãe no campo de refugiados de Bardarash, no Iraque. A música a mantém conectada com a vida que ela foi forçada a deixar para trás. Leia o relato da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR).
Com graça e confiança, a síria Naleen, de 15 anos, dedilha seu tanbur, um instrumento tradicional de cordas que parece uma extensão de seu corpo. Por meio da música, ela conta sua história para o mundo.
Para Naleen, a arte reflete a realidade: seu tanbur foi uma das únicas coisas que foi capaz de levar consigo quando fugiu da Síria há menos de seis meses.
Hoje, ela mora com a mãe no campo de refugiados de Bardarash, no Iraque. A música a mantém conectada com a vida que ela foi forçada a deixar para trás.
“Quando eu estava em casa, eu cantava para a minha mãe. Ela me dizia, ‘já que você canta tão bem, por que não toca um instrumento?’”, contou Naleen. “Eu escolhi o tanbur porque é curdo e é amado em Qamishly, minha cidade natal. Eu frequentava aulas de música e depois praticava em casa.”
De repente, em outubro de 2019, as melodias foram interrompidas pelos ruídos do conflito. “Quando o bombardeio começou, os sons eram assustadores e muito altos”, disse Naleen. “Começavam às 17h e iam até o início da manhã. Não conseguíamos dormir, porque pensávamos que a qualquer momento poderíamos ser atingidos.”
Assim que as coisas se acalmaram um pouco, Soleen e sua mãe fugiram para a casa de seu tio em uma vila próxima. Ainda se sentindo inseguras, correram rumo ao Iraque e cruzaram a fronteira.
“Quando chegamos, fiquei com muito medo. A todo momento pensava que poderia levar um tiro”, afirmou. “Mas foi o contrário. Quando chegamos, nos sentimos seguras. Fomos bem recebidas e levadas para o centro de recepção. Ficamos lá durante a noite e, no dia seguinte, fomos para o campo.”
Naleen e sua mãe estão entre os mais de 21 mil refugiados sírios que buscaram segurança no Iraque. A Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) e seus parceiros estão recebendo-os com abrigo, comida, assistência médica, cobertores, roupas quentes e outros itens emergenciais.
Mas uma tenda não é uma casa, e todos os dias Soleen sente falta de seu próprio quarto e de outros ambientes familiares. “Nossa casa era feita de barro. Tinha dois quartos e uma cozinha. Tínhamos algumas árvores no jardim, além de azeitonas e uvas”, contou.
Em toda a região, aproximadamente 70% dos sírios que precisam de ajuda humanitária são mulheres e crianças. Após nove anos de conflito, crianças como Naleen sentem que suas vidas estão pausadas por tempo indefinido.
“Sinto falta da escola e do centro de aprendizado de inglês”, disse. “Se não fosse por essa guerra, eu já teria progredido e praticado mais.”
Seu tanbur é uma ponte entre a vida que ela teve que deixar para trás e o futuro que ela deseja alcançar. Ela conhece uma música triste que, infelizmente, se encaixa perfeitamente no seu dilema atual.
“Eu gosto dessa música, que fala sobre uma garotinha”, explicou Naleen. “A letra diz que as crianças vieram a este mundo para serem felizes e brincarem, não para morrer em uma guerra.”
“Minha mensagem ao mundo, a todos os países, é para que coloquem um fim à guerra na Síria”, declarou. “Viver em meio à guerra é deprimente. Para as crianças, brincar em tempos de guerra é muito diferente de brincar quando há paz.”
Nos últimos nove anos, o ACNUR tem trabalhado incansavelmente para ajudar famílias sírias a reconstruir suas vidas. 
Onu 
www.miguelimigrante.blogspot.com

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