sábado, 7 de março de 2020

Estados Unidos vão começar a recolher amostras de ADN dos migrantes detidos

A administração norte-americana anunciou esta sexta-feira estar pronta para começar a recolher amostras de ADN de todos os migrantes irregulares detidos na fronteira dos Estados Unidos e a registar essas informações numa base de dados da polícia federal.
Organizações de direitos humanos estão a contestar medida
O Departamento de Segurança Interna norte-americano tinha anunciado no outono de 2019 que estava a trabalhar para reunir as condições necessárias para o arranque desta medida, que suscitou fortes críticas junto de organizações de defesa dos direitos humanos e dos direitos dos migrantes.
Após testes circunscritos, a administração dos Estados Unidos (EUA) liderada pelo Presidente Donald Trump (republicano), que assumiu a luta contra a imigração ilegal como uma das suas prioridades políticas, está pronta para ampliar e generalizar a medida.
A medida em questão faz parte, segundo o Departamento de Justiça norte-americano, de uma lei adotada em 2015 que autorizou a criação de um arquivo federal com o perfil genético de todos os detidos ou condenados por crimes, bem como "de migrantes detidos nos EUA".
Na altura, a administração norte-americana, liderada pelo então Presidente Barack Obama (democrata), pediu uma exceção da lei para os migrantes, argumentando que não tinha os meios necessários para recolher e analisar anualmente centenas de milhares de amostras de ADN.
Uma vez que os "avanços tecnológicos" conseguiram "reduzir consideravelmente a carga", essa exceção será cancelada, informou esta sexta-feira o Departamento de Justiça, precisando ainda que um novo regulamento será publicado oficialmente na segunda-feira.
Este procedimento "irá ajudar a salvar vidas e a julgar criminosos", argumentou o secretário-adjunto da Justiça, Jeffrey Rosen, citado num comunicado do Departamento de Justiça.
Como aconteceu anteriormente, os defensores dos direitos humanos estão a contestar a medida, afirmando que esta representa uma ameaça à proteção dos dados pessoais e não faz a distinção entre migrantes e criminosos.
"A recolha de material genético dos migrantes detidos não reforça a segurança -- apenas ajuda o governo a atacar essas comunidades", comentou Naureen Shah, da associação norte-americana de defesa das liberdades cívicas ACLU.
"Estamos a chegar a um momento em que o governo irá bater à nossa porta para exigir o nosso ADN sob o mesmo pretexto falacioso de que, um dia, poderemos cometer um crime", acrescentou a representante da ​​​​​​​ACLU.
JN.PT
www.miguelimigrante.blogspot.com

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