sexta-feira, 17 de junho de 2016

A problemática dos trabalhadores migrantes



A problemática dos trabalhadores migrantes

Segundo a Organização Internacional do Trabalho, em 2013 a região Ásia-Pacífico recebeu 25,8 milhões de trabalhadores migrantes. Eles deram uma contribuição extraordinária aos seus países de origem e aos que os acolheram. Em lugares onde as populações estão envelhecendo com rapidez como o Japão, Cingapura, Coreia do Sul e Taiwan a mão de obra é escassa. Já os países pobres com uma população mais jovem como Bangladesh, Índia, Nepal e as Filipinas precisam do dinheiro que os imigrantes mandam para suas famílias.
Assim, os cambojanos trabalham nas fazendas da Coreia do Sul; os jovens chineses trabalham nas lojas de conveniência de Tóquio; e os asiáticos do sul da Ásia são operários nos canteiros de obras de Cingapura. De acordo com a avaliação do Banco Mundial, dos dez países que recebem mais remessas de dinheiro dos trabalhadores no exterior, cinco são países da Ásia. Nas Filipinas, as remessas correspondem a 10% do PIB.
Em Cingapura 1,4 milhão de trabalhadores, ou 38% da força de trabalho, é composta por estrangeiros com vistos temporários. Em geral, eles não trazem suas famílias. Muitos dos 326 mil operários do setor de construção civil vivem em dormitórios; os 232 mil empregados domésticos moram na casa de seus patrões. Muitos conseguem renovar seus contratos de trabalho de dois anos. Mas não têm praticamente nenhuma esperança de se tornarem “moradores permanentes”, como outros estrangeiros que vivem há muito tempo no país, assim como os cidadãos cingapurenses.
As mulheres que ficam grávidas voltam para seus países; os trabalhadores que prolongam demais sua estadia são deportados. Alguns políticos dizem que em razão dos prazos limitados de estadia e do pouco impacto na infraestrutura local, essas pessoas não fazem parte da população do país.
Alguns trabalhadores são explorados por seus empregadores e estão sujeitos a sofrerem injustiças e abusos. As agências de empregos em Cingapura recebem o equivalente aos salários de dois meses do empregado, mas não há meios de controlar as regras de contratação em seus países de origem. Por isso, muitos trabalham durante meses para pagar suas dívidas. Se adoecem, se machucam, ou têm problemas trabalhistas com seus empregadores seus recursos de defesa são poucos, com exceção da ajuda das ONGs locais.
Em Cingapura, os trabalhadores migrantes poucas vezes são destaques na mídia. Quando isso acontece, é por algum feito politicamente correto que um órgão que apoia o governo observou. Mas muitos em Cingapura ficaram abalados quando um acidente de trânsito em dezembro de 2013, em uma área da cidade chamada Little India provocou um conflito, quando os migrantes do sul da Ásia extravasaram suas frustações. E nos últimos meses outras histórias têm sido noticiadas na imprensa, as das prisões preventivas e, em alguns casos de deportação, de bengalis “radicalizados” suspeitos de planejar atentados terroristas em seu país.

Opinião e Noticia 

Nenhum comentário:

Postar um comentário