terça-feira, 22 de novembro de 2022

Em Roraima, agências da ONU reforçam a importância do empoderamento econômico no enfrentamento da violência contra mulheres refugiadas e migrantes

 Nos meses de novembro e dezembro, ACNUR, ONU Mulheres e UNFPA promovem série de atividades voltadas ao enfrentamento da violência baseada no gênero e à autonomia financeira em Boa Vista (RR); atividades fazem parte dos 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres

Em Roraima, estão previstas atividades com mulheres refugiadas e migrantes para identificação e denúncia de situações de violência, inclusive nos abrigos (Foto: ONU Mulheres / Paola Bello)

Em todo o mundo, cerca de 35% das mulheres já passaram por alguma situação de violência física ou sexual. Entre as mulheres e meninas que estão em regiões de conflito ou emergência humanitária, esse índice pode chegar a 70%, de acordo com o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários. Em situações de crise, as mulheres e meninas são as que mais sofrem com abusos, exploração e violência sexual, além de serem também a maioria das vítimas de tráfico de pessoas. Nesse cenário, o empoderamento econômico tem sido uma importante ferramenta para quebrar os ciclos de violência contra mulheres e meninas, em especial as refugiadas e migrantes.

Cientes dessa potente ferramenta, durante novembro e dezembro, ACNUR, ONU Mulheres e UNFPA, por meio do programa conjunto Moverse, promovem em Boa Vista (RR) uma série de atividades de informação e mobilização sobre o enfrentamento da violência e a promoção do empoderamento econômico de mulheres. As atividades fazem parte do calendário dos 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres, uma campanha anual e internacional que começa no dia 25 de novembro, Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres, e vai até 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos. No Brasil, a mobilização abrange o período de 20 de novembro a 10 de dezembro.

“Desde 2018, ACNUR, ONU Mulheres e UNFPA atuam em Roraima no enfrentamento da violência contra mulheres e meninas. Ao longo desses anos, temos confirmado que o empoderamento econômico é uma ferramenta fundamental para quebrar os ciclos de violência que muitas mulheres vivem”, afirma Mariana Salvadori, gerente do programa Moverse. “Quando as mulheres alcançam a autonomia financeira, deixando de depender economicamente de seus violentadores, elas recuperam o respeito e a qualidade de vida para si próprias, para seus filhos e filhas, além de beneficiar toda a sociedade, já que acabam movimentando a economia local. Por isso é tão importante levar informações sobre os canais de denúncia e onde buscar ajuda nos casos de violência, mas também promover oportunidades para que essas mulheres sigam suas vidas de maneira digna e autônoma”, completa.

Todos os anos, os 16 Dias de Ativismo movimentam Boa Vista com ações integradas das agências da ONU com governos e sociedade civil. Neste ano, as atividades incluem rodas de conversa em abrigos e ocupações espontâneas, ações previstas com a Casa da Mulher Brasileira e atenção especial a refugiadas e migrantes indígenas. Também está prevista uma atividade durante a Feira IntegrArte, evento que possibilita o encontro entre pessoas empreendedoras – brasileiras, migrantes e refugiadas -, e promove maior troca cultural com a comunidade de acolhida.

Algumas atividades serão realizadas dentro dos abrigos e das comunidades, por este motivo, não são abertas ao público geral. Entre elas estão rodas de conversa e capacitações com os temas de violência patrimonial, monoparentalidade, saúde mental e autoestima. Estes eventos serão oferecidos tanto à população refugiada e migrante quanto a profissionais que trabalham na resposta humanitária.

21/11 – Atividade com empresas para inclusão socioeconômica de mulheres migrantes e refugiadas

  • Horário: 16h
  • Local: Casa da Mulher Brasileira
  • Realização: Casa da Mulher Brasileira e ONU Mulheres

22/11 – Roda de conversa sobre violência patrimonial

  • Horário: 9h
  • Local: Comunidad Herderos de Dios
  • Realização: ONU Mulheres

23/11 – Live do Programa Moverse com o tema Eliminação da Violência contra Mulheres Refugiadas e Migrantes

25/11 – Encontro sobre o Dia da Consciência Negra, racialização da migração e integração de mulheres migrantes e refugiadas

  • Horário: 9h30
  • Local: Biblioteca Estadual – Palacio da Cultura Nenê Macaggi
  • Realização: Biblioteca Estadual e ONU Mulheres

06/12 – Encontro Homens Unidos pelo Fim da Violência contra as Mulheres

  • Horário: Dia inteiro
  • Local: Corpo de Bombeiros de Roraima
  • Realização: Casa da Mulher Brasileira, Corpo de Bombeiros e Agências do Sistema das Nações Unidas no Brasil atuantes em Roraima

Encerramento dos 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres

  • Data: 10/12 (a ser confirmado)
  • Local: Feira IntegrArte
  • Realização: Organizações da sociedade civil e Agências do Sistema das Nações Unidas no Brasil atuantes em Roraima.

Webinário sobre proteção e integração de mulheres migrantes e refugiadas

  • Data e local a serem confirmados.
  • Realização: Casa da Mulher Brasileira e agências do Sistema das Nações Unidas no Brasil atuantes em Roraima.

Sobre o Moverse – Iniciado em setembro de 2021, o programa conjunto Moverse – Empoderamento Econômico de Mulheres Refugiadas e Migrantes no Brasil é implementado pela Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), ONU Mulheres e Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), com o apoio do Governo de Luxemburgo. O objetivo geral do programa, com duração até dezembro de 2023, é garantir que políticas e estratégias de governos, empresas e instituições públicas e privadas fortaleçam os direitos econômicos e as oportunidades de desenvolvimento entre venezuelanas refugiadas e migrantes. Para alcançar esse objetivo, a iniciativa é construída em três frentes. A primeira trabalha diretamente com empresas, instituições e governos nos temas e ações ligadas a trabalho decente, proteção social e empreendedorismo. A segunda aborda diretamente mulheres refugiadas e migrantes, para que tenham acesso a capacitações e a oportunidades para participar de processos de tomada de decisões ligadas ao mercado labora43poiul quiop43poiurwee ao lempreendedorismo. A terceira frente trabalha também com refugiadas e migrantes, para que tenham conhecimento e acesso a serviços de resposta à violência baseada em gênero.

Para receber mais informações sobre o Moverse e sobre a pauta de mulheres refugiadas e migrantes no Brasil, cadastre-se na newsletter do programa em http://eepurl.com/hWgjiL

AAcnur

www.miguelimigrantrweq


Nenhum comentário:

Postar um comentário