A Agência da ONU para as Migrações (OIM) publicou no dia (23) um novo relatório do Projeto de Migrantes Desaparecidos. O documento mostra que desde 2014, mais de 50 mil pessoas perderam suas vidas durante suas jornadas migratórias.
Mais da metade das 50 mil mortes individuais documentadas ocorreram em rotas para a Europa e dentro da Europa, com rotas mediterrâneas sendo responsáveis por pelo menos 25.104 vidas perdidas.
Nas Américas, os dados mostram quase sete mil mortes, a maioria em rotas para os Estados Unidos (4.694). Somente na fronteira terrestre dos Estados Unidos com o México, houve mais de quatro mil mortes desde 2014.
Mais de 50 mil pessoas em todo o mundo perderam suas vidas durante suas jornadas migratórias desde que o Projeto de Migrantes Desaparecidos da Agência da ONU para as Migrações (OIM) começou a documentar as mortes em 2014, de acordo com um novo relatório publicado no dia (23). Apesar da crescente perda de vidas, poucas ações foram tomadas pelos governos dos países de origem, trânsito e destino para enfrentar a atual crise global de migrantes desaparecidos.
“Embora milhares de mortes tenham sido documentadas nas rotas de migração a cada ano, muito pouco foi feito para lidar com as consequências dessas tragédias, muito menos para evitá-las”, diz a coautora do relatório, Julia Black. “Independentemente dos motivos que levam ou obrigam as pessoas a se mudarem, ninguém merece morrer em busca de uma vida melhor.”
Mais de 30 mil pessoas nos registros do Projeto de Migrantes Desaparecidos são de nacionalidade desconhecida, indicando que mais de 60% daqueles que morrem em rotas migratórias permanecem não identificados – deixando milhares de famílias em busca de respostas.
Dos migrantes desaparecidos cuja nacionalidade pôde ser identificada, mais de nove mil eram de países africanos, mais de 6,5 mil eram da Ásia e outros três mil eram das Américas. Notavelmente, os três principais países de origem – Afeganistão, Síria e Mianmar – são marcados pela violência, com muitas pessoas fugindo de suas casas para buscar refúgio no exterior.
Rotas- Mais da metade das 50 mil mortes individuais documentadas ocorreram em rotas para a Europa e dentro da Europa, com rotas mediterrâneas sendo responsáveis por pelo menos 25.104 vidas.
As rotas europeias também representam o maior número total e proporção de pessoas desaparecidas e dadas como mortas, com pelo menos 16.032 registros de desaparecidos no mar cujos restos mortais nunca foram recuperados.
A África é a segunda região mais mortal para pessoas em movimento, com mais de nove mil mortes durante a migração documentadas no continente desde 2014. Pesquisas domiciliares regionais indicam que esses números quase certamente são bastante subestimados.
Quase sete mil mortes foram documentadas nas Américas, a maioria em rotas para os Estados Unidos (4.694). Somente na fronteira terrestre dos Estados Unidos com o México, houve mais de quatro mil mortes desde 2014.
Outras 6,2 mil mortes foram documentadas na Ásia. As crianças representam mais de 11% das vidas perdidas nas rotas migratórias da Ásia, a maior proporção de qualquer região. Das 717 mortes de crianças registradas durante a migração na região, mais da metade (436) são de refugiados Rohingya.
Na Ásia Ocidental, pelo menos 1.315 vidas foram perdidas em rotas migratórias, muitas das quais ocorreram em países com conflitos em curso, o que torna extremamente difícil a documentação de migrantes desaparecidos. Pelo menos 522 pessoas que chegaram do Chifre da África morreram no Iêmen, em muitos casos devido à violência, e a morte de 264 sírios foi documentada durante as tentativas de cruzar a fronteira para a Turquia.
Direito - Na publicação sobre o assunto, a OIM ressaltou que as obrigações sob o direito internacional, incluindo o direito à vida, devem ser mantidas em todos os momentos. “Precisamos trabalhar juntos para prevenir e reduzir novas mortes, priorizando as operações de busca e resgate, melhorando e expandindo vias regulares e seguras de migração e garantir que a governança migratória priorize a proteção e a segurança das pessoas em deslocamento”, escreveu a agência da ONU.
brasil.un.org/pt-b
www.miguelimigrante.blogspot.com
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