O educador e pedagogo Paulo Freire, patrono da educação
brasileira, completaria um século de vida neste domingo. Ele recebeu o título
em reconhecimento ao seu método pedagógico que revolucionou a prática
educacional ao propor uma educação horizontalizada, antiautoritária, com desenvolvimento
do senso crítico e a serviço da transformação social.
Nascido em Recife, em 1921, Paulo Freire foi o filho
caçula de um capitão da Polícia Militar e uma dona de casa. Formado na
Faculdade de Direito do Recife, sua vida seria, porém, dedicada à alfabetização
e à educação popular.
Em 1963, Freire executou um notório projeto de
alfabetização de mais de 300 adultos em 40 horas, na cidade de Angicos, no Rio
Grande do Norte. A experiência foi um sucesso tão grande que, em princípios de
1964, pouco antes do golpe que daria início à Ditadura Militar, o então
presidente João Goulart havia oficializado o método de Freire no Plano Nacional
de Alfabetização. O que, no entanto, não pôde ser posto em prática por conta da
deposição do presidente, das novas políticas autoritárias do governo
ditatorial, e a prisão e exílio de Freire.
A partir de então, o educador percorreria mais de 50
países, lecionando em diversos centros universitários e aplicando o seu método
de alfabetização pelo mundo, sendo amplamente reconhecido e respeitado.
Defendendo que uma pedagogia da libertação deveria
substituir a pedagogia da dominação, Freire publicou dezenas de livros, é
doutor honoris causa em pelo menos 35 universidades pelo mundo, e é referência
para formação de professores e educadores em diversos países. Seu livro mais
famoso, Pedagogia do Oprimido, foi traduzido para mais de 30 idiomas, sendo a
terceira obra mais citada no mundo na área de humanas, segundo estudo da London
School of Economics de 2016. Freire é hoje um dos mais conhecidos intelectuais
brasileiros.
Jornal Usp
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