sábado, 18 de setembro de 2021

No centenário de Paulo Freire, produções da USP explicam o legado do patrono da educação brasileira

 


O educador e pedagogo Paulo Freire, patrono da educação brasileira, completaria um século de vida neste domingo. Ele recebeu o título em reconhecimento ao seu método pedagógico que revolucionou a prática educacional ao propor uma educação horizontalizada, antiautoritária, com desenvolvimento do senso crítico e a serviço da transformação social.

Nascido em Recife, em 1921, Paulo Freire foi o filho caçula de um capitão da Polícia Militar e uma dona de casa. Formado na Faculdade de Direito do Recife, sua vida seria, porém, dedicada à alfabetização e à educação popular.

Em 1963, Freire executou um notório projeto de alfabetização de mais de 300 adultos em 40 horas, na cidade de Angicos, no Rio Grande do Norte. A experiência foi um sucesso tão grande que, em princípios de 1964, pouco antes do golpe que daria início à Ditadura Militar, o então presidente João Goulart havia oficializado o método de Freire no Plano Nacional de Alfabetização. O que, no entanto, não pôde ser posto em prática por conta da deposição do presidente, das novas políticas autoritárias do governo ditatorial, e a prisão e exílio de Freire.

A partir de então, o educador percorreria mais de 50 países, lecionando em diversos centros universitários e aplicando o seu método de alfabetização pelo mundo, sendo amplamente reconhecido e respeitado.

Defendendo que uma pedagogia da libertação deveria substituir a pedagogia da dominação, Freire publicou dezenas de livros, é doutor honoris causa em pelo menos 35 universidades pelo mundo, e é referência para formação de professores e educadores em diversos países. Seu livro mais famoso, Pedagogia do Oprimido, foi traduzido para mais de 30 idiomas, sendo a terceira obra mais citada no mundo na área de humanas, segundo estudo da London School of Economics de 2016. Freire é hoje um dos mais conhecidos intelectuais brasileiros.

Jornal Usp

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