segunda-feira, 3 de julho de 2017

Refugiados lutam para trazer família a SC


Refugiados lutam para trazer família a SC
Haitianos se estabeleceram em Braço do Norte e após dois anos buscam ajuda para trazer os filhos
Lysiê Santos
Braço do Norte
Você já ouviu falar do Haiti? Vamos para um breve relato… Era uma vez um país que fica em uma ilha entre a América do Norte e a América do Sul. Seu povo é marcado por uma história de sofrimento, castigado por séculos de exploração, corrupção e violência. Cerca de 80% da população vive na miséria.
Um dia, mais precisamente em 12 de janeiro de 2010, o povo do Haiti recebeu mais um golpe do destino: um terremoto abalou a ilha, matando 300 mil pessoas e afetando outros três milhões de habitantes, terminando de despedaçar uma economia já abalada. O resultado da tragédia causou uma migração em massa e quem ainda tinha um pouco de dinheiro entregou tudo para os “coiotes”, como são chamados aqueles que facilitam a entrada ilegal de pessoas em outro país. Milhares de famílias tiveram suas residências destruídas, perderam seus empregos, seus sonhos… E encontraram no Brasil, uma chance de recomeçar.
A maioria dos haitianos que vieram e que ainda vem para o Brasil sai da capital, Porto Príncipe. Eles vão de ônibus até Santo Domingo, a capital da vizinha República Dominicana, depois voam para o Panamá e pegam um avião ou ônibus para Quito, no Equador. A viagem continua por várias cidades do Peru até chegar ao Estado do Acre, no Brasil.
Esse foi o caminho que Nicoderme Remy, de 37 anos, e Clousse Benoit, de 36 anos, percorreram há pouco mais de dois anos. Sem emprego e sem expectativas para seguir com suas famílias, os jovens que possuíam um primo que morava em Braço do Norte, decidiram arriscar e entraram ilegalmente no Brasil. Foram quase seis mil quilômetros até chegar à Capital do Vale.
Comunidade abraçou a causa dos haitianos
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Ao chegar a Braço do Norte, os dois homens encontraram algumas dificuldades de adaptação, principalmente na hora da comunicação. No Haiti a língua oficial é o francês e o crioulo haitiano. No entanto, aos poucos foram aprendendo o português. Praticantes do catolicismo, a dupla conheceu a igreja matriz e começaram a frequentar as missas.
 A presença dos jovens manuseando uma bíblia escrita em francês chamou a atenção do maestro dos 18 corais das paróquias de Braço do Norte, Lourenço Müller. “Começamos a conversar e descobri que eles gostavam de cantar e que faziam parte do coral da igreja no Haiti e convidei para participar dos ensaios do nosso coral”, conta Müller. 
Nicoderme e Clousse ingressaram no coral municipal Santa Cecília e aos poucos relataram suas histórias aos participantes. Após conseguir um emprego no município, os haitianos lutavam para trazer suas esposas e filhos para se reestabelecerem na cidade. “Sensibilizamo-nos com a causa e iniciamos uma campanha para arrecadar recursos para ajudá-los”, destaca o maestro.
Após alcançar o valor para a realização dos documentos e a compra das passagens aéreas, há poucos meses chegaram as haitianas Vanette Remy Hpeisrent, de 35 anos, esposa de Nicoderme e Jolette Benoit Bresiyard, de 35 anos, esposa de Clousse que veio acompanhada da bebê de 18 meses Nerlie Esther Benoit. “Quando sai de lá, minha esposa estava grávida e era difícil estar aqui sem elas. A saudade era muito grande”, conta Clousse.
Nicoderme luta para trazer os filhos
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O jovem Clousse esbanja alegria com a chegada da esposa e da pequena filha, agora iniciam uma nova etapa da vida. Porém, Nicoderme, ao lado da esposa lutam para trazer os filhos Nikevenson Remy, 7 anos, e Valdenson Remy, 5. Os meninos ficaram com a irmã, no Haiti. “Conversamos todos os dias por telefone e eles me perguntam quando poderão me ver. Estamos com muita saudade”, lamenta o pai.
O coral, junto à comunidade católica da igreja matriz de Braço do Norte, mais uma vez se mobilizaram e continuam arrecadando recursos para trazer as crianças. A viagem exige uma série de documentos de difícil acesso. “Temos que fazer a certidão de nascimento deles, passaporte, visto e encontrar alguém que venha de lá para trazê-los ou a mãe ir buscá-los. Tudo isso sai muito caro”, dispara Nicoderme. 
Os interessados em ajudar a família haitiana a amenizar a dor da saudade que sentem diariamente com a distância dos filhos podem entrar em contato com o maestro Lourenço que está auxiliando os haitianos pelo telefone (48) 99966-3943 ou (48) 98435-6069.
Terremoto no Haiti devastou o país
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O jovem Clousse esbanja alegria com a chegada da esposa e da pequena filha, e agora juntos, iniciam uma nova etapa da vida. Porém, Nicoderme, agora também ao lado da esposa, luta para trazer os filhos Nikevenson Remy, de 7 anos, e Valdenson Remy, de 5 anos. Os pequenos ficaram com a irmã no Haiti. “Conversamos todos os dias por telefone e eles me perguntam quando poderão me ver. Estamos com muita saudade”, lamenta o pai.
O coral, junto à comunidade católica da igreja matriz de Braço do Norte mais uma vez se mobilizaram e continuam arrecadando recursos para trazer os menores. A viagem exige uma série de documentos de difícil acesso. “Temos que fazer a certidão de nascimento deles, passaporte, visto e encontrar alguém que venha de lá para trazê-los ou a mãe ir buscá-los. 
Tudo isso sai muito caro”, dispara Nicoderme. Os interessados em ajudar a família haitiana a amenizar a dor da saudade que sentem diariamente com a distância dos filhos podem entrar em contato com o maestro Lourenço que está auxiliando os haitianos pelo telefone (48) 99966-3943 ou (48) 98435-6069.
Noti Sul
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