quarta-feira, 19 de julho de 2017

ONG denuncia deportações de haitianos na República Dominicana


Uma organização defensora dos direitos dos imigrantes e dos refugiados na República Dominicana denunciou nesta terça-feira a suposta deportação "em massa" de haitianos, entre os quais se encontram alguns que foram acolhidos pelo Plano Nacional de Regularização do governo. 

A denúncia foi feita pela Mesa Nacional para as Migrações e os Refugiados na República Dominicana (Menamird), cujo coordenador, Willian Charpantier, disse que nas operações policiais contra os imigrantes são cometidos abusos, muitas vezes físicos. 

"O Estado tem o dever de respeitar os direitos dessas pessoas que serão deportadas", disse Charpantier em coletiva de imprensa, na qual afirmou que 124 pessoas com documentos foram deportadas nas últimas 72 horas. 

Desde o início de julho, diversos setores locais exigem ações por parte do governo perante uma suposta chegada em massa de haitianos, pedidos negados pelas autoridades. 

A situação coincide com o vencimento do prazo concedido pelas autoridades dominicanas para que milhares de estrangeiros incluídos Plano Nacional de Regularização de Estrangeiros completassem a documentação requerida. 

A iniciativa começou em 2014 junto à Lei Especial de Naturalização, que venceu em 1º de fevereiro de 2015, após uma polêmica decisão do Tribunal Constitucional de setembro de 2013, que estabelece os parâmetros para adquirir a nacionalidade. Ao todo, 249.950 estrangeiros se inscreveram no Plano, entre eles 44.366 haitianos, segundo os números oficiais. 

Haiti e República Dominicana compartilham uma fronteira de quase 400 quilômetros onde são frequentes as denúncias de tráfico de pessoas e contrabando de armas e animais

O ministro de Defesa, Rubén Darío Paulino Sem, garantiu há uma semana a segurançana fronteira com o Haiti, em meio a informações sobre um incomum fluxo de haitianos por essa zona. 

De acordo com o ministro, neste ano as autoridades militares e migratórias devolveram ao Haiti 140.171 de pessoas sem documentos através dos diferentes pontos fronteiriços.

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