sábado, 25 de julho de 2020

Após morte de 19 refugiados por Covid-19, Acnur amplia assistência no Brasil

As Nações Unidas informaram que estão aumentando suas ações de apoio no Brasil para combater a Covid-19 entre refugiados e requerentes de asilo no país.
Pelo menos 19 pessoas morreram incluindo nove indígenas venezuelanos, segundo a Agência da ONU para Refugiados, Acnur.

Sistema Único de Saúde

A ampliação dos esforços foi anunciada, nesta sexta-feira, pelo porta-voz da agência, Babar Baloch.
Falando a jornalistas, Baloch disse que “a situação está afetando os mais vulneráveis incluindo as populações indígenas mais pobres, e refugiados.” 
O Brasil abriga mais de 345 mil refugiados e solicitantes de asilo.  Ainda não se tem dados sobre o número total de contaminados nesse grupo. Dentre as vítimas fatais estavam nove indígenas venezuelanos.
Desde o início da pandemia, o Acnur tem apoiado as autoridades brasileiras em ações de prevenção e resposta e campanhas de informação, fortalecendo o Sistema Único de Saúde, dando assistência em dinheiro e distribuindo kits de higiene. 

Risco de contaminação

A agência da ONU já atua no norte do Brasil, nos estados do Amazonas, Roraima e Pará, com refugiados que vivem nas ruas ou em abrigos, muitos superlotados. Com a chegada da pandemia, a situação ficou ainda mais difícil nos abrigos por causa do alto risco de contaminação.
O estado do Amazonas é uma das regiões mais afetadas. São mais de 94 mil casos confirmados e 3 mil mortes pelo coronavírus. O Acnur, autoridades locais e entidades parceiras já ajudaram a realocar mais de 170 refugiados indígenas da Venezuela.  
Desde março, o Acnur está atuando num hospital de campanha em Boa Vista, capital de Roraima. O local pode isolar até 1.782 pacientes. A unidade também conta com 65 profissionais de saúde venezuelanos. 
A promoção da higiene também foi ampliada em abrigos temporários, com a instalação de estações de lavagem de mãos e distribuição de sabão.   Com o aumento do desemprego e as consequências socioeconômicas da pandemia, o Acnur aumentou a assistência financeira aos mais carentes incluindo mães solteiras, pessoas ameaçadas de despejo, sobreviventes de violência, e com problemas graves de saúde.

Inverno

Até junho deste ano, a agência distribuiu US$ 325 mil a mais de 3,1 mil refugiados e solicitantes de refúgio. 
Devido aos recursos limitados, só é possível prestar assistência financeira a 24% da população carente.
O início do inverno também está agravando a situação dos deslocados.
Cerca de 15 mil refugiados já receberam colchões, kits de limpeza e higiene, redes mosqueteiras por causa dos altos índices de casos de malária e outras doenças, baldes, lâmpadas solares e outros itens. 
Entre os beneficiários estão cerca de 2,3 mil venezuelanos indígenas, o número equivale à quase metade dos indígenas da Venezuela que vivem no Brasil.  
Além disso, mais de uma tonelada de roupas de inverno foram distribuídas com a ajuda de parceiros nos estados do centro e sul do país. 
Onunwes
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