quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

Menos de 5% dos refugiados que buscam reassentamento foram atendidos em 2018

Crianças refugiadas sírias olham paisagem de sua nova residência na cidade de Gänserndorf, na Áustria. Elas fazem parte de um programa de reassentamento para refugiados sírios em cooperação com o ACNUR. Foto: ACNURCrianças refugiadas sírias olham paisagem de sua nova residência na cidade de Gänserndorf, na Áustria. Elas fazem parte de um programa de reassentamento para refugiados sírios em cooperação com o ACNUR. Foto: ACNUR
Novos dados divulgados pela Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) mostraram que, apesar dos níveis recorde de deslocamento forçado no mundo, apenas 4,7% dos refugiados que buscam reassentamento foram atendidos em 2018.
Os dados sobre os reassentamentos facilitados pelo ACNUR foram divulgados neste mês e mostram que dos 1,2 milhão de refugiados que necessitavam de reassentamento no ano passado, apenas 55.692 realmente conseguiram.
O maior número de saída de pessoas para reassentamentos facilitados pelo ACNUR foram dos principais países que acolhem refugiados no mundo: Líbano (9,8 mil), Turquia (9 mil), Jordânia (5,1 mil) e Uganda (4 mil).
De um total de 81,3 mil encaminhamentos, o maior número de refugiados reassentados são originários da Síria (28,2 mil), da República Democrática do Congo (21,8 mil), da Eritreia (4,3 mil) e do Afeganistão (4 mil).
No último ano, 68% dos reassentamentos incluíram sobreviventes de violência e tortura, pessoas com necessidades de proteção física e legal, e mulheres e meninas em situação de risco. Mais da metade, 52% dos reassentados em 2018, foram crianças.
O reassentamento, que envolve a transferência de refugiados de um país de acolhida para um país que concordou em recebê-los e garantir a eles um assentamento permanente, está disponível apenas para uma pequena fração de refugiados do mundo. Normalmente, menos de 1% dos 19,9 milhões de refugiados sob o mandato do ACNUR são reassentados.
O reassentamento continua sendo uma ferramenta para garantir a proteção dos que estão em maior risco. É um instrumento de proteção e um mecanismo tangível para governos e comunidades compartilharem a responsabilidade de responder às crises de deslocamento forçado. O reassentamento e outros caminhos complementares são um dos objetivos-chave do Pacto Global sobre Refugiados para ajudar a reduzir o impacto nos países que mais acolhem refugiados no mundo.
Em 2019, estima-se que 1,4 milhão de refugiados que residem em 65 países de acolhida precisarão de reassentamento.
A maioria das pessoas que vão precisar de reassentamento este ano inclui refugiados sírios hospedados em países do Oriente Médio e na Turquia (43%) e refugiados em países ao longo da rota do Mediterrâneo Central (22%), onde movimentos em direção à Europa continuam ceifando vidas humanas.
O Pacto Global sobre Refugiados reivindica que os Estados ofereçam mais locais de reassentamento, por meio da expansão de programas existentes ou do estabelecimento de novos.
O ACNUR está atualmente trabalhando com Estados e parceiros para desenvolver uma estratégia de Reassentamento e Caminhos Complementares, no período de três anos, a fim de aumentar o número de lugares dispostos a acolher pessoas permanentemente, encorajar os países a participar dos esforços globais de reassentamento e aumentar o acesso a caminhos complementares para refugiados.
Acnur
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