Estudantes de todo o país
são desafiados esta quarta-feira a levar para a escola uma mochila com os
bens que transportariam se tivessem de partir de repente para fugir da guerra e
a explicarem a razão das suas escolhas.
A ação faz parte da campanha "E se
fosse eu? Fazer a mochila e partir", promovida pela Plataforma de Apoio
aos Refugiados (PAR), em colaboração com a Direção-Geral da Educação, o Alto
Comissariado para as Migrações e o Conselho Nacional de Juventude.
Em
declarações à agência Lusa, o coordenador da PAR, Rui Marques, explicou que os
estudantes de todas as escolas do país, desde o pré-escolar ao secundário, são
convidados a mostrar, na primeira hora do seu dia de aulas, fisicamente ou em
fotografia, como arrumariam a sua mochila se tivessem de fugir da guerra.
Este
exercício "é a forma mais simples de perceber o que quer dizer para um
refugiado deixar tudo para trás, ver a sua vida reduzida a uma mochila e ter
que selecionar as coisas essenciais que leva consigo num trajeto de enorme
incerteza, em que não sabe onde vai ser acolhido, nem sabe sequer se vai
sobreviver", disse Rui Marques.
Iniciativa de grande impacto na sociedade
Para o coordenador da PAR, esta iniciativa é de "grande impacto" na
sociedade, porque mobiliza não só os estudantes, mas toda a comunidade
educativa. Segundo o responsável, a iniciativa despertou o interesse das
escolas e terá um "impacto na vida da comunidade escolar muito
significativo".
"Centenas de escolas vão desenvolver este projeto por
todo o país, que tem um "grande simbolismo" e "um significado
profundo", porque permite perceber que nenhuma comunidade e nenhum país
estão isentos do risco de poder, um dia, ter uma situação de conflito, de crise
e ser obrigada a fugir.
"O sentido de ser solidário é também colocar-me na
pele do outro e perceber o que gostaria que fosse efeito se fosse comigo em
termos de acolhimento", sublinhou. Durante a ação na sala de aula será
exibido um vídeo que mostra o que os refugiados transportam consigo e será
feita uma reflexão entre o professor e os alunos sobre o que é ser refugiado.
Segundo coordenador da PAR, estão em Portugal 149 refugiados distribuídos por
várias organizações que têm assegurado o acolhimento destas pessoas.
Lusa
www.miguelimigrante.blogspot.com
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