No dia da enésima
tragédia na travessia de imigrantes ilegais pelo Mar Mediterrâneo, a agência da
União Europeia para o controle de fronteiras, a Frontex, informou que mais de
9,6 mil imigrantes desembarcaram na Itália apenas no mês de março.
O número é
quatro vezes superior ao registrado no mesmo período de 2015, quando o país
recebeu 2.283 pessoas, e mais do que o dobro das pessoas que desembarcaram na
nação no mês de fevereiro. Ainda de acordo com os dados da Frontex, a maior
parte dos estrangeiros vem da Nigéria, da Somália e de Gâmbia.
O aumento
do fluxo pode ser explicado pelo fato da
Itália voltar a ser uma "rota atraente", apesar de ser a mais
perigosa do mundo, por causa do fechamento de acessos nas fronteiras gregas.
O que
comprova isso é que, no mesmo relatório, houve uma queda no número de
estrangeiros que chegaram à Grécia após o acordo entre a União Europeia que
limita e "devolve" imigrantes ilegais para a Turquia. Em números, foram 26.460 estrangeiros que chegaram
às ilhas, menos da metade do mês de fevereiro - mas ainda três vezes superior
ao registrado no ano passado.
- Reunião
de ministros: Nesta segunda-feira (18), os líderes europeus farão mais uma
reunião para debater a crise imigratória que atinge o continente. A Itália,
através de seuprimeiro -ministro,
Matteo Renzi, apresentou uma proposta que foi muito bem recebida pelos líderes
da União Europeia, mas enfrenta resistência da Alemanha.
"Dou
as boas-vindas ao 'migration compact' de Matteo Renzi.
Concordo
em trabalhar em um plano ambicioso na União Europeia e G7/20 para cooperar com
os países de terceiro mundo para controlar a imigração", escreveu o
presidente do Conselhou Europeu, Donald Tusk, em seu Twitter.
Segundo o
plano, será preciso uma maior atuação nos países de onde os imigrantes partem
no mesmo esquema assinado com a Turquia. Haveria uma doação de dinheiro para
essas nações. Outra proposta seria a criação de um Fundo Europeu para investir
nesses países, com a construção de obras "socialmente úteis".
Além
disso, seriam criados papeis em Bolsas de Valores para ajudar as nações e ainda
criar programas para gerir esses fluxos financeiros. Na questão dos imigrantes
"econômicos", aquele que não são perseguidos ou sofrem com a violência
de um governo, por exemplo, a proposta seria regularizar a situação de pessoas
que sabem falar o idioma local e tem formação acadêmica. O documento ainda
apresenta um capítulo pedindo para que a UE lute pela estabilidade política da
Líbia.
Apesar de
ter sido bem recebido pelos líderes europeus, a Alemanha já afirmou que não
concorda com o plano - especialmente, na questão sobre a criação de títulos
financeiros.
O
porta-voz do governo de Berlim, Steffen Seibert, afirmou que "não há
nenhuma base para um financiamento comum dos débitos para as despesas
sustentadas pelos Estados-membros para a imigração". Porém, Seibert
ressaltou que os alemães irão "analisar de modo aprofundado" a
proposta de Renzi.
(ANSA)
www.miguelimigrante.blogspot.com
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