terça-feira, 5 de abril de 2016

Brasil precisa avançar na garantia de direitos de imigrantes, alerta especialista


Na última década, o número de imigrantes e refugiados que vieram para o Brasil cresceu de maneira considerável, reforçando, de acordo com especialistas, a necessidade de atualizar as leis de imigração, que datam de 1980.

Com um projeto já aprovado no Senado e atualmente em discussão na Câmara, a seccional do Rio de Janeiro da Ordem dos Advogados do Brasil promove até quarta-feira um evento para discutir a nova legislação. De acordo com o presidente da Comissão de Direito Internacional da Ordem, Alexandre Tulipan, o projeto avança ao não considerar os imigrantes como um risco para o país.

A primeira inciativa de atualização da Lei do Estrangeiro foi a criação de uma comissão de especialistas dentro do Ministério da Justiça para propor as novas definições. O anteprojeto serviu de base para a matéria aprovada no Senado, mas a criação de um órgão específico para atender aos imigrantes ficou de fora.

Para a professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Vanessa Berner, que fez parte da comissão, essa ausência dificulta até mesmo para o Brasil ter dados completos, que possam direcionar políticas públicas. Ela reforça que o país também precisa avançar na garantia dos direitos políticos dessa população.

Para o presidente do Comitê Estadual Intersetorial de Políticas de Atenção de Refugiados e Imigrantes do Rio de Janeiro, Miguel Mesquita, a lei precisa ser aprimorada nos artigos que tratam dos direitos dos estrangeiros para que se igualem aos de brasileiros natos. Ele espera que a nova lei consiga solucionar problemas já vividos por essas pessoas.

Atualmente, há cerca de 1,8 milhão de imigrantes vivendo no Brasil, além de mais de oito mil refugiados já legalizados. Outros 12 mil aguardam seu pedido de refúgio ser aprovado.


EBC
www.miguelimigrante.blogspot.com

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