quarta-feira, 6 de setembro de 2023

Curso aborda resistência e produção intelectual de população periférica em São Paulo

Na zona leste, na sul e na noroeste, curso de difusão destaca o papel das quebradas para a formação da história da cidade - Foto: thgusstavo/Pexels

O Centro MariAntonia da USP realiza, a partir de 15 de setembro, o curso gratuito Histórias dos Territórios Periféricos da Cidade de São Paulo. Ministrado pelo historiador e educador Adriano José de Sousa, a formação é dividida em seis encontros presenciais, sempre às sextas-feiras, das 15 às 18 horas. Com 150 vagas, as inscrições on-line no sistema Apolo da USP são realizadas até 8 de setembro pelo link http://e.usp.br/op- .

O curso pretende apresentar e debater formas de organização e produção intelectual das populações negras, indígenas, movimentos sociais e coletivos periféricos formados por trabalhadores que traçam novos projetos de cidade, ao fortalecerem a identidade de suas comunidades com seus territórios por meio de diferentes formas de pesquisa e difusão da história.

“Tudo gira em torno de valorizar vidas e ideias de cidade e sociedade que dificilmente são levadas em conta por quem detém o poder”, afirma Sousa, que é historiador, educador e mestre em História Social pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP. Ele acredita que há duas grandes dificuldades para que as contribuições da periferia sejam valorizadas e consideradas válidas: o racismo estrutural e os recursos reduzidos para a área da cultura que contemplem atividades de patrimônio, memória e acervos nas periferias. “Muitos coletivos não têm sequer sede, e nem sempre os espaços públicos são acolhedores às suas demandas. Muitos pesquisadores ficam pelo caminho por não conseguirem se formar, apesar do avanço das políticas de cotas e permanência estudantil”, lembra. “Há um grande caminho a percorrer na educação patrimonial, a fim de entendê-la como uma área que faz avançar educação, geração de renda, saúde, dentre outras que são vistas como mais essenciais pela sociedade”.

Especialista em Historia das Periferias da cidade de São Paulo com foco no estudo do território de São Mateus, Adriano José de Sousa é mestre pela USP e integrante do coletivo CPDOC Guaianás - Foto: Lattes

Atualmente, Sousa é doutorando em História e Fundamentos da Arquitetura e do Urbanismo na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP, estudando as narrativas históricas dos coletivos culturais periféricos da cidade de São Paulo. É integrante do coletivo de pesquisadores periféricos Centro de Pesquisa e Documentação Histórica (CPDOC) Guaianás, professor da rede estadual de ensino e educador popular no movimento negro Uneafro-Brasil. 

Confira a seguir a programação do curso que ele irá ministrar no Centro MariAntonia da USP:

jornal.usp.br

www.miguelimigrante.blogspot.com



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