Patrulha de fronteira dos EUA passa por grupo de imigrantes que aguarda análise das autoridades americanas Guillermo Arias / AFP
O número de detenções realizadas pelas autoridades migratórias dos EUA na fronteira com o México superou a marca histórica de dois milhões, refletindo um aumento exponencial das pessoas que tentam entrar no país de maneira irregular, vindas principalmente das Américas Central e do Sul.
Segundo os números da agência de Alfândega e Proteção de Fronteiras (CBP, na sigla em inglês), foram 2.005.026 detenções entre 1º de outubro de 2021 e 31 de agosto de 2022 — a contagem ocorre de acordo com o ano fiscal nos EUA.
Apenas em agosto, foram 203.598 detenções, um aumento de 1,7% em relação a julho. Dentre os imigrantes encontrados pelos agentes de fronteira, 22% eram pessoas que tentavam ingressar em solo americano depois de terem sido presas e deportadas do país em outras ocasiões.
Em comunicado, o CBP afirmou que pouco mais de 55 mil dos detidos em agosto vinham de apenas três países: Venezuela, Nicarágua e Cuba, um aumento de 175% em relação ao mesmo mês do ano passado.
“Nossas equipes de agentes treinados continuam trabalhando para tornar nossas fronteiras seguras, e analisar as situações de cada uma das pessoas detidas de forma segura e humana, mas aqueles que fogem de regimes repressivos apresentam desafios significativos para o processamento e remoção”, disse no comunicado o chefe do CBP, Chris Magnus.
Por outro lado, em agosto houve uma queda no número de menores desacompanhados encontrados na fronteira, somando 11.365, número ainda alto, mas 14% menor do que o relatado em julho. Desde outubro do ano passado, 1,3 milhão de pessoas foram expulsas ou repatriadas dos EUA.
A deterioração das condições econômicas, políticas e de segurança em países da América Central e do Sul nos últimos anos impulsionou a saída dos que tentam entrar nos EUA em busca de melhores condições de vida.
As caravanas que cruzam centenas de quilômetros rumo à fronteira americana são uma imagem recorrente em estradas da Guatemala e Honduras, assim como os acampamentos que se formam no lado mexicano da divisa. Em termos de comparação, o número de detenções em 2017 foi de 310 mil, cerca de sete vezes menos do que o registrado nos últimos 11 meses.
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