sábado, 20 de dezembro de 2025

Imigrantes da Venezuela contribuem com US$ 10,6 bi por ano para região

 


As famílias venezuelanas contribuem com mais de US$ 10,6 bilhões por ano às economias da América Latina e do Caribe, principalmente por meio de despesas com habitação, alimentação, educação e serviços de saúde, de acordo com um novo estudo lançado pela OIM, a Agência da ONU para as Migrações. Esse nível de consumo evidencia o impacto econômico que as pessoas exercem sobre o crescimento em toda a região da América Latina e do Caribe. 

“Países de toda a América Latina e do Caribe têm observado que a migração é uma fonte de crescimento econômico, além de criatividade e dinamismo”, afirmou Maria Moita, Diretora Regional da OIM para a América Latina e o Caribe. “Os resultados deste estudo demonstram claramente que, quando os governos ampliam as oportunidades para migrantes por meio da regularização e da integração, toda a sociedade se beneficia.”  

O relatório também destaca que as pessoas venezuelanas que migraram fazem valiosas contribuições fiscais, representando cerca de 1,2% da receita tributária total nos países analisados. Só na Colômbia, essa contribuição já ultrapassou os US$ 529 milhões em um único ano.  

Além do consumo e da arrecadação pública, o empreendedorismo venezuelano também está se consolidando como uma poderosa força de geração de empregos. Empresas lideradas por migrantes já criaram aproximadamente 40 mil empregos no Panamá e impulsionaram mais de US$ 1,1 bilhão em investimentos em Aruba. Esses empreendimentos fortalecem as economias locais, estimulam a inovação e dinamizam setores como tecnologia, turismo e gastronomia.  

A análise, baseada em pesquisas conduzidas desde 2021 na Colômbia, Panamá, Equador, Chile, Costa Rica, República Dominicana, Peru e Aruba, confirma que os migrantes venezuelanos são altamente produtivos e possuem sólidas competências técnicas e de nível universitário que atendem às necessidades do mercado de trabalho nos países de acolhida.  

No entanto, esse potencial permanece limitado. Estima‑se que 82% dos venezuelanos na região da América Latina e do Caribe trabalhem no mercado informal, e que 41% não tenham acesso a crédito ou a serviços financeiros formais. Essas barreiras restringem a autonomia econômica, o crescimento dos negócios e a capacidade de contribuírem ainda mais significativamente para o desenvolvimento local. Importante destacar que a informalidade é predominantemente impulsionada por obstáculos estruturais que dificultam o acesso ao emprego formal, e não pela regularização em si. 

O estudo enfatiza que os ganhos econômicos observados foram possíveis, em grande medida, graças aos esforços dos governos de acolhida para ampliar o acesso à documentação e os processos de regularização. Dos 6,9 milhões de pessoas venezuelanas vivendo na América Latina e no Caribe, cerca de 70% já possuem status migratório regular, o que permite que milhões de pessoas tenham acesso a oportunidades que, de outra forma, estariam fora de seu alcance, e avancem gradualmente rumo a uma participação mais plena nas economias formais. A regularização é, portanto, uma base essencial para reduzir a informalidade e maximizar as contribuições econômicas dos migrantes.  

O lançamento do relatório coincide com o Dia Internacional dos Migrantes, celebrado em 18 de dezembro. Nesta ocasião, a OIM faz um chamado à renovação do compromisso com as políticas que reconheçam as contribuições das pessoas migrantes, garantam seus direitos e apoiem os esforços de regularização e integração que beneficiam tanto as pessoas migrantes quanto as comunidades que as acolhem. 

Para acessar o relatório completo em espanhol, clique aqui.

https://brazil.iom.int/pt-br

www.miguelimigrante.blogspot.com


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