quarta-feira, 3 de dezembro de 2025

Chile e Peru planejam patrulhas conjuntas em sua fronteira compartilhada

 

Chile e Peru planejam avançar hoje com a implementação de patrulhas conjuntas em sua fronteira compartilhada, conforme um acordo adotado durante a primeira reunião do Comitê Binacional de Cooperação em Migração.

A reunião, liderada pelo Ministro das Relações Exteriores, Alberto van Klaveren, e seu homólogo do país vizinho, Hugo de Zela, ocorreu após movimentações de pessoas ao longo da linha de demarcação, que o governo descreve como normais e a oposição como uma crise.

Ambos os países defenderam mecanismos de coordenação entre os Carabineros chilenos e a Polícia de Investigações com a Polícia Nacional peruana para facilitar ações conjuntas e uma melhor gestão da migração e do controle de fronteiras.

As partes também concordaram em realizar uma reunião de acompanhamento do Comitê Binacional em 19 de dezembro para revisar os acordos alcançados, de acordo com uma nota publicada no site do Ministério das Relações Exteriores.

Na última sexta-feira, o governo peruano declarou estado de emergência na fronteira com o Chile e anunciou o reforço da presença militar na região para evitar uma possível onda migratória.

No entanto, as autoridades chilenas descartaram a existência de uma crise na fronteira e afirmaram que entre os complexos de Santa Rosa e Chacalluta existe um problema específico e isolado devido a pessoas que ficaram retidas no local e não conseguiram atravessar para o Peru.

“Em termos de migração, não há crise, muito pelo contrário”, afirmou o diretor do Serviço Nacional de Migração, Luis Eduardo Thayer.

Segundo Thayer, o que está acontecendo ali não é diferente do que aconteceu historicamente, e ele afirmou que entre seis e sete mil pessoas atravessam diariamente o complexo fronteiriço em direção ao Peru.

A atenção da mídia sobre a questão da fronteira norte ocorre em um contexto de campanha para as eleições presidenciais de 14 de dezembro.

Nos últimos dias, o candidato do Partido Republicano, de extrema-direita, José Antonio Kast, disse aos 350 mil imigrantes indocumentados que eles têm 104 dias para deixar o país e, caso contrário, terão que partir apenas com a roupa do corpo.

Ex-ministros das Relações Exteriores do Chile expressaram sua profunda preocupação com as ameaças de Kast de expulsar e prender migrantes em massa e alertaram que a política migratória deve ser pautada pelo Estado de Direito e pelas obrigações internacionais assumidas pelo país.

“É inaceitável que, para fins eleitorais, as relações bilaterais sejam desnecessariamente tensionadas ou que sejam feitas propostas que ignorem as limitações práticas e legais de potenciais processos de expulsão em massa, bem como seus custos humanos e financeiros”, declararam.

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