sábado, 31 de agosto de 2024

Papa: repelir os migrantes é pecado grave. A indiferença mata

 


A Audiência Geral voltou à Praça São Pedro esta quarta-feira, 28 de agosto. O Pontífice dedicou sua catequese ao drama dos migrantes: que mares e desertos não se tornem cemitérios.

Vatican News

"Mar e deserto" foi o título da catequese do Papa Francisco desta quarta-feira, 28 de agosto. O Pontífice fez uma pausa em seu ciclo sobre o Espírito Santo para se solidarizar com as pessoas que – mesmo no momento presente – se arriscam em viagens perigosas para viver em paz e segurança em outro lugar.

O pecado do rechaço

Ao falar de mares e desertos, o Papa se referiu a todas as águas traiçoeiras e territórios inacessíveis e inóspitos: “As atuais rotas migratórias são frequentemente marcadas por travessias que para muitas, demasiadas pessoas, são mortais”, denunciou o Pontífice. Como Bispo de Roma, Francisco se concentrou no caso emblemático do Mediterrâneo, que se tornou um cemitério.

“E a tragédia é que muitos destes mortos, a maioria, poderiam ter sido salvos. É preciso dizê-lo claramente: há quem trabalhe de forma sistemática e com todos os meios para repelir os migrantes. E isto, quando feito com consciência e responsabilidade, é um pecado grave.”

O órfão, a viúva e o estrangeiro, destacou o Papa, são os pobres por excelência que Deus sempre defende e nos pede para defender.

Mas não só mares, alguns desertos também se tornam cemitérios de migrantes. E citou um dos casos que conheceu pessoalmente, o do camaronês Mbengue Nyimbilo Crepin, conhecido como Pato, cuja mulher Matyla e a filha Marie, de seis anos, morreram de fome e sede no deserto.

 “Na era dos satélites e dos drones, há homens, mulheres e crianças migrantes que ninguém deve ver. Só Deus os vê e ouve o seu clamor. E esta é uma crueldade da nossa civilização."

O Pontífice recordou que o mar e o deserto são também lugares bíblicos repletos de valor simbólico, que testemunham o drama da opressão e da escravatura. E Deus nunca abandona o seu povo: está com eles, sofre, chora e espera com eles. 

“O Senhor está com os nossos migrantes no mare nostrum, o Senhor está com os migrantes, não com quem os rejeita.”

A indiferença mata

Neste cenário mortífero, promover leis mais restritivas e militarizar as fronteiras não são a solução. Em vez disso, é preciso expandir rotas de acesso seguras e regulares, facilitando o refúgio para aqueles que fogem de guerras, violência, perseguições e vários desastres.

Mas não só, necessita-se de uma governança global das migrações baseada na justiça, na fraternidade e na solidariedade, combatendo ao mesmo tempo o tráfico de seres humanos.

Francisco concluiu convidando os fiéis a pensarem nas tragédias migratórias, como nas cidades de Lampedusa e Crotone, e enaltecendo os “bons samaritanos” que fazem tudo para ajudá-los, como os voluntários da associação “Mediterranea Saving Humans”“Estes homens e mulheres corajosos são sinal de uma humanidade que não se deixa contagiar pela má cultura da indiferença e do descarte". 

“O que mata os migrantes é a nossa indiferença e a atitude de descarte.”

Todos os cristãos podem contribuir, acrescentou o Pontífice, ninguém está excluído desta luta de civilização. Há muitos modos, começando pela oração:

“E a vocês, pergunto: Vocês rezam pelos migrantes, por quem vem às nossas terras para salvar a vida? E há quem queira expulsá-los.” Por fim, um apelo:

“Queridos irmãos e irmãs, unamos os nossos corações e forças, para que os mares e os desertos não sejam cemitérios, mas espaços onde Deus possa abrir caminhos de liberdade e fraternidade.”

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sexta-feira, 30 de agosto de 2024

Festival de Música do Migrante reúne atrações musicais e feira de artesanato neste sábado (31)

 

Rapper angolano Kizua Trindade é uma das atrações do Musicante. Foto: Divulgação/Instituto Koinós

No próximo sábado (31), acontece o III Musicante – Festival de Música do Migrante. A atividade, dedicada à integração de migrantes de diversas nacionalidades, está programada para às 14h no Centro de Eventos Barros Cassal, em Porto Alegre. A entrada é gratuita.

Iniciativa do Centro Ítalo Brasileiro de Assistência e Instrução às migrações (CIBAI Migrações) em parceria com o Instituto Koinós, o evento tem direção artística e produção do músico e compositor gaúcho Santiago Neto. “A cultura exerce um papel fundamental no acolhimento e na inclusão dos migrantes no estado. Ao permitir que os migrantes compartilhem suas músicas, danças e outras manifestações culturais, a sociedade local é exposta a diferentes perspectivas e valores, o que favorece a construção de um ambiente mais inclusivo e diverso”, afirma o produtor.

O festival teve sua primeira edição em 2022 como Show de Talentos, numa iniciativa de integração sociocultural em alusão à Semana do Migrante. A partir de 2023, passou a ocorrer em conjunto com a Migrarte, uma iniciativa de exposição e venda de produtos de empreendedores migrantes e refugiados. Será apresentando o trabalho de mais de 10 migrantes e brasileiros artesãos e empreendedores que produzem peças exclusivas. A programação desta terceira edição do Musicante conta ainda com uma série de oficinas e ensaios técnicos para as apresentações musicais.

O evento também conta com transmissão online via Youtube (os comentários serão transmitidos no telão) e votação pelo público que vai eleger o intérprete de música mais popular em cada categoria (infantil, infanto juvenil e adulto).

“Esses eventos são importantes para criar um sentimento de pertencimento nos migrantes, ajudando-os a se integrarem de maneira mais harmoniosa à nova sociedade. Eles também possibilitam que os gaúchos conheçam e respeitem a diversidade cultural, promovendo o diálogo intercultural e combatendo preconceitos”, defende Santiago.

Entre as atrações, está o rapper angolano Kizua Trindade, que nasceu nos anos finais da guerra civil de Angola e veio estudar no Brasil em 2012. Além do Rap, seu estilo musical mescla Kuduro, Afro-house, Semba e Kizomba. O trabalho de Kizua já chamou atenção de artistas como Negra Jaque, Cachola, Dj Abu, Rafa Rafuagi, Dj Abú, Dj Anderson e Tonho Croco da Banda Ultramen, Paulo Dioniso, entre outros. Em 2022, conheceu o artista e produtor nigeriano Ìdòwú Akínrúlí e, desde então, seguem trabalhando juntos.

Este ano, em especial, o Musicante não será apenas um evento de música e cultura, mas também um símbolo de resiliência e solidariedade, pois o local onde acontece o festival serviu de abrigo para várias pessoas atingidas pela tragédia climática que abalou o Rio Grande do Sul.

Serviço
O quê: III Musicante – Festival do Migrante e Refugiado
Quando: 31 de agosto de 2024, a partir das 14h
Onde: Centro de Eventos Barros Cassal – CIBAI Migrações (Rua Dr. Barros Cassal, 220 – Floresta, Porto Alegre – RS)
Entrada gratuita

https://sul21.com.br/
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quinta-feira, 29 de agosto de 2024

No Acre, OIM fortalece ações e mensagens para o combate ao tráfico de pessoas com campanha Coração Azul

 Foto: Assessoria de Comunicação/SEASDH

Rio Branco – Como um dos objetivos do Pacto Global para uma Migração Segura, Ordenada e Regular, o enfrentamento ao tráfico de pessoas é um dos focos do trabalho da OIM, a Agência da ONU para as Migrações. Tendo em vista esse objetivo, a OIM realizou, no marco das ações da campanha Coração Azul, atividades de conscientização e fortalecimento das ações no enfrentamento ao crime no estado do Acre durante o mês de julho. 

Para marcar o início da campanha no território acreano, houve a cerimônia de posse do novo Comitê Estadual de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas (CEETRAP), no dia 22 de julho. Implementada pelo Governo do Acre, por meio da Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos (SEASDH), a comissão tem a missão de debater e buscar prevenção e fortalecimento ao combate deste crime nos municípios, promovendo articulações em rede, capacitações e campanhas para reduzir o tráfico de pessoas nas localidades. A OIM fará parte do Comitê como membro pleno. 

“A Semana do Coração Azul é uma iniciativa global que visa conscientizar a sociedade sobre o tráfico de pessoas e mobilizar ações para combatê-lo. Ela representa um chamado à ação para todos nós, ressaltando a urgência e a importância de proteger as vítimas e punir os quem se deve. Essas atividades, junto ao Comitê, são uma força crucial na coordenação de esforços entre diferentes esferas do governo, organizações não-governamentais e a sociedade civil para enfrentar e erradicar este crime hediondo”, ressaltou a secretária de Estado de Assistência Social dos Direitos Humanos e de Políticas para Mulheres, Amanda Vasconcellos. 

Durante o evento, a chefe de divisão de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoa e divisão de Erradicação ao Trabalho Escravo da SEASDH, Dina Larissa Fernandes Santarém, reforçou que a campanha Coração Azul simboliza um compromisso coletivo contra uma das mais cruéis violações dos direitos humanos, o tráfico de pessoas. 

“Este crime, que afeta milhões de vidas ao redor do mundo, não conhece fronteiras, atingindo homens, mulheres e crianças de todas as idades e origens. Ao tomarmos posse no Comitê Estadual de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, reafirmamos nosso engajamento com a justiça, a dignidade humana e a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Este comitê representa um passo fundamental na coordenação e implementação de ações efetivas, alinhando esforços entre diferentes esferas do governo, organizações não-governamentais e a comunidade”, explicou a chefe de divisão da SEASDH. 

Para a coordenadora do escritório da OIM no Acre, Polyana Ferreira, a instituição de uma comissão permanente para o enfrentamento ao crime é um marco no estado. “O Comitê Estadual de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas concretiza o compromisso do Acre com esse tema tão importante e que, a partir de hoje, une atores governamentais, segurança pública, organizações da sociedade civil e a OIM para debater e apoiar a construção de mecanismos que possam prevenir esse crime no estado”, disse. 

As atividades da OIM no Acre incluíram sessões informativas em espaços de acolhimento para migrantes, incluindo pessoas refugiadas, em Rio Branco, Assis Brasil e Epitaciolândia. Nesses municípios e em Cruzeiro do Sul, também foram realizadas rodas de conversa por meio das quais os profissionais da rede local, a OIM e a SEASDH puderam promover um intercâmbio sobre a necessidade de reforçar as ações de prevenção e assistência às vítimas de tráfico de pessoas no Acre.  e distribuição de panfletos informativos no Terminal Urbano Central da capital. 

NORTE – Além do Acre, as atividades do Coração Azul se estenderam nos estados de Roraima e Amazonas. Nas cidades roraimenses de Boa Vista e Pacaraima, foram promovidas blitze educativas com a distribuição de materiais informativos, além de sessões informativas em ocupações espontâneas, locais de moradia de migrantes e refugiados venezuelanos na localidade. 

A OIM contou ainda com o apoio da Concessionária Aeroportos da Amazonia, Vinci Airports, que publicou mensagens de prevenção ao tráfico de pessoas nas redes sociais dos aeroportos de Boa Vista, Cruzeiro do Sul, Manaus, Porto Velho, Rio Branco, Tefé e Tabatinga. 

As atividades da OIM na Região Norte contam com o apoio financeiro do Escritório de População, Refugiados e Migração (PRM) do Departamento de Estado dos Estados Unidos da América. 

https://brazil.iom.int/

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quarta-feira, 28 de agosto de 2024

Refugiados terão processo seletivo à distância para ingresso na Unicamp

 Fórum Permanente foi organizado pela Cátedra Sérgio Vieira de Mello

Fórum Permanente foi organizado pela Cátedra Sérgio Vieira de Mello

A Unicamp vem se destacando na promoção do acesso à educação superior para pessoas refugiadas por meio da Cátedra Sérgio Vieira de Mello (CSVM). Durante o Fórum Permanente Imagens e Apagamentos do Refúgio Contemporâneo, realizado no dia 13 de agosto, a presidenta da CSVM, Ana Carolina Maciel, anunciou que está em fase de tramitação legal uma nova modalidade de ingresso na Universidade que será oferecida às pessoas em situação de deslocamento forçado. “Esse será um processo de prova online, algo bastante inovador porque vai possibilitar que possamos acolher pessoas que ainda não estejam no Brasil”, explicou.

Em declaração, o diretor da Comissão Permanente para os Vestibulares (Comvest) da Universidade, José Alves, explicou que a Comissão, bem como a Diretoria Acadêmica estão participando das etapas de tratativas para que haja uma seleção para os estudantes refugiados. As vagas, em questão, serão subtraídas daquelas oferecidas como remanescentes. “Será lançado um edital no primeiro semestre de 2025, cujo objetivo é oferecer maior transparência aos processos de seleção da Universidade, considerando que devemos ter um primeiro ato, que seria uma prova de conhecimentos e depois a análise pelas coordenadorias de cursos e as situações que envolvem as peculiaridades do atendimento às pessoas em situação de refúgio”, declarou.

José Alves esclareceu que a prova de seleção será oferecida em inglês, português e espanhol para que os candidatos possam escolher qual língua teria mais familiaridade. “A Comvest está trabalhando e aperfeiçoando seus métodos para poder ter toda a segurança e credibilidade em mais este desafio de criar um novo vestibular”, afirmou

A Universidade já conta com um processo de ingresso simplificado para refugiados, mas ainda não há a possibilidade de realizar uma prova à distância. “Depois que a pessoa ingressa em nosso sistema, temos uma rede de suporte oferecida por meio de uma parceria com o centro de línguas, que tem o curso de português como idioma de acolhimento, do serviço de atendimento psicológico, de bolsas de permanência e do atendimento no Centro de Saúde da Comunidade, que oferece consultas ambulatoriais e vacinas.”, esclareceu Maciel.

Atualmente, a Unicamp conta com alunos provenientes de países como Síria, Irã, Cuba, Congo, Rússia, Afeganistão e Serra Leoa, entre outros – um grupo que “vai se diversificando de acordo com as crises humanitárias que lamentavelmente parecem não ter um horizonte de término”, disse Maciel.

A presidenta da CSVM Ana Carolina Maciel: processo inovador que possibilitará acolher pessoas que ainda não estejam no Brasil
A presidenta da CSVM Ana Carolina Maciel: processo inovador que possibilitará acolher pessoas que ainda não estejam no Brasil

Acolhimento e Integração

O Fórum Permanente Imagens e Apagamentos do Refúgio Contemporâneo reuniu acadêmicos, ativistas, jornalistas, artistas e membros do poder público e do terceiro setor com o objetivo de ampliar a visibilidade do tema e mobilizar esforços para expandir as ações de acolhimento.

“O mundo contemporâneo enfrenta riscos significativos, com disputas de poder que agravam a questão dos refugiados. Como instituição, temos o dever de dar atenção a esses problemas”, declarou o reitor da Unicamp, Antonio José de Almeida Meirelles, que participou da mesa de abertura do evento no dia 13 de agosto. “Gostaria de parabenizar a cátedra e a Pró-Reitoria de Extensão, Esporte e Cultura por criarem espaços de reflexão profunda e desenvolverem atividades que acolhem essas pessoas”, disse.

A programação do evento contou com uma apresentação musical da artista palestina Oula Al-Saghir, mesas de debate em torno dos temas “Perspectivas de Acolhimento e Integração no Refúgio Contemporâneo” e “Protagonismo Migrante em Produções Artístico-Culturais” e um bate-papo com o jornalista Yan Boechat, que trabalhou em algumas das principais regiões de conflito do mundo.

Além do reitor, participaram da mesa de abertura o pró-reitor de Extensão, Esporte e Cultura, Fernando Coelho, a chefe de gabinete adjunta, Adriana Nunes Ferreira, a presidenta da CSVM, Ana Carolina de Moura Delfim Maciel, a diretora do Institut Convergences Migrations (ICM), Marie Caroline Saglio, e a diretora do Departamento de Direitos Humanos e Cidadania da Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Assistência Social da Prefeitura de Campinas, Marnen Viccari Barbosa.

Apresentação musical da artista palestina Oula Al-Saghir durante Fórum Permanente Imagens e Apagamentos do Refúgio Contemporâneo
Apresentação musical da artista palestina Oula Al-Saghir durante Fórum Permanente Imagens e Apagamentos do Refúgio Contemporâneo

Deslocamento forçado

A CSVM, presente na Unicamp desde 2019, é uma iniciativa do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) em cooperação com universidades. Atualmente, a cátedra atua em 45 instituições brasileiras, e o projeto está em expansão para outros países.

Os dados mais recentes da Acnur mostram que o deslocamento forçado atingiu níveis históricos em todo o mundo. Segundo relatório da agência, 120 milhões de pessoas (número que, provavelmente, configura uma sub-representação) precisaram fugir de suas casas em decorrência de perseguição política, conflitos armados, crises humanitárias ou catástrofes naturais.

“Há um montante expressivo de pessoas impedidas de se deslocar nesse exato momento, vivendo em um limbo devidamente consentido pela sociedade contemporânea”, disse a também historiadora Maciel, avaliando que os deslocados têm suas vozes invisibilizadas por uma ausência de política efetiva de memória. “Essa é uma questão em que temos sempre pensado, em nossas pesquisas, com nossos alunos.”

Expressão artística como ferramenta de protagonismo

Nesse contexto, o fórum foi também palco para o lançamento do programa Rede ArteRefúgio, que está com inscrições abertas para seu primeiro ciclo.

O programa é voltado para artistas visuais migrantes, em qualquer estágio da carreira, que tenham sido impactados por experiências de deslocamento forçado ou que abordem a temática em sua produção.

A rede pretende realizar uma exposição de artes visuais e um ciclo de acompanhamento artístico, com atividades desenvolvidas em conjunto com estudantes e pesquisadores da Unicamp.

As inscrições podem ser realizadas no site do programa, que também traz mais informações sobre as atividades previstas.

O Rede ArteRefúgio se insere no contexto das ações da CSVM na Unicamp, em parceria com o grupo de pesquisa CineRE Trajetórias sem Fronteira. O projeto foi contemplado no edital Proeec-PEX 2024.

https://unicamp.br/noticias

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terça-feira, 27 de agosto de 2024

Alepa aprova criação de Conselho de Migrantes no Pará

 

Crédito: Celso Lobo (AID/ALEPA)
Os deputados da Assembleia Legislativa do Pará (Alepa) aprovaram, na manhã desta terça-feira (27), o Projeto de Lei n° 369/2024, que altera a legislação sobre migração no Pará. A matéria objetiva a alteração da ementa e a inclusão de dispositivo sobre a criação do Conselho Estadual de Migrantes, Solicitante de Refúgio, Refugiados e Apátridas na Lei Estadual nº 9.662, de 12 de julho 2022; e a sua vinculação à estrutura organizacional da Secretaria de Estado de Justiça (Seju), por meio da Lei Estadual nº 7.029, de 30 de julho de 2007.

A legislação sobre migrantes do Pará estabeleceu políticas e serviços públicos sob a articulação da Seju. Os objetivos são garantir ao migrante que chega ao Pará o acesso a direitos sociais e aos serviços públicos; a promoção e o respeito à diversidade e à interculturalidade, na prevenção a violações de direitos; fomentar a participação social e desenvolver ações coordenadas com a sociedade civil.

De autoria parlamentar, foi aprovado o Projeto de Lei nº 90/2023, do deputado Dirceu Ten Caten (PT), que reconhece o Beach Tennis como modalidade esportiva no Pará. A matéria também possibilitará inserir o esporte em eventos, bem como incentivar a prática na comunidade escolar. O Beach Tennis significa, em português, Tênis de Praia e é uma atividade criada a partir do frescobol, avançado na Itália, na década de 1980. Hoje a prática conta com mais de um milhão de adeptos no mundo. O esporte é praticado na areia, ao ar livre, e ganhou mais destaque desde o início da pandemia de Covid-19.

Crédito: Celso Lobo (AID/ALEPA)
Patrimônio Cultural
Três Projetos de Lei de Patrimônio Cultural do Pará foram aprovados: a proposta nº 696/2023, da deputada Diana Belo (MDB), declara a Festividade de São Miguel Arcanjo, em São Miguel do Guamá/PA Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial para o Pará; o Projeto de Lei nº 830/2023, do deputado Josué Paiva (Republicanos), que reconhece e declara como Patrimônio Cultural de Natureza Material e Imaterial para o Pará a Feira Agropecuária de Xinguara - FAX, no município de Xinguara; e o Projeto de Lei nº 825/2023, do deputado Carlos Bordalo (PT), que declara como Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial do Pará a tradição cultural e folclórica Samba do Cacete, presente em comunidades quilombolas do baixo rio Tocantins.

A justificativa da última proposta diz que a manifestação popular surgiu das cantigas tradicionais das comunidades remanescentes de quilombos, principalmente o Quilombo de Itapocu, na região de Cametá, que fala da tristeza de ser escravo. Tradicionalmente embalava os mutirões comunitários, iniciando na véspera dos eventos e se estendendo até a manhã seguinte. As variadas melodias e as letras do samba são antigas e falam do tempo da escravidão.

O nome Samba Cacete se deve ao Instrumento usado para dar marcação à música, os cacetes, dois pedaços de pau que são batidos no curimbó, cadenciando o ritmo. Essas manifestações ainda estão presentes na região do Baixo Tocantins, nas localidades de: Igarapé-Miri, Cametá, Macajuba e Baião, assim como nos locais remanescentes de quilombo, como: Mola, Juaba, Tomasia, Laguinho e Igarapé Preto, Carapajó, Curuçambaba e Maranhãozinho. As deputadas Livia Duarte (PSOL) e Maria do Carmo (PT) parabenizaram a proposta.

Crédito: Celso Lobo (AID/ALEPA)
Decreto Legislativo
O Projeto de Decreto Legislativo nº 32/2024, da Mesa Diretora, ratifica o Convênio ICMS 70/24, celebrado pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (CONFAZ), nos termos estabelecidos no art. 4º da Lei nº 5.530, de 13 de janeiro de 1989, com redação dada pela Lei nº 9.389, de 16 de dezembro de 2021. A matéria disciplina o Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – ICMS.


Reportagem: Andrea Santos- AID - Comunicação Social

Edição: Natália Mello - AID - Comunicação Social

alepa.pa.gov.br

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segunda-feira, 26 de agosto de 2024

'É problemática, precipitada e cria pânico em comunidades', diz defensor público sobre restrição de imigrantes sem visto no Brasil

Mais de 480 imigrantes seguem retidos no Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP) - Foto: Rovena Rosa / Agência Brasil

Nesta segunda-feira (26), entra em vigor uma medida que restringe a entrada de imigrantes sem visto no Brasil. A decisão foi tomada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública depois de investigações da Polícia Federal apontarem fraudes em pedidos de refúgio.

Segundo a PF, imigrantes sem visto compram passagens de avião para algum país vizinho ao Brasil, mas com escala aqui. No momento desta conexão, chegando em solo brasileiro, eles solicitam refúgio. O objetivo seria, no fim, migrar para Estados Unidos ou Canadá.

Para o defensor público federal João Chaves, a medida não é eficiente e pode provocar outros problemas, como o aumento do contrabando de imigrantes. Ele conversou com o jornal Central do Brasil nesta sexta-feira (23).

"Os 'coiotes' [traficantes de pessoas] podem se utilizar disso para aumentar a cobrança de pessoas migrantes e criar novas estratégias ou novos trajetos migratórios. Essa medida é muito preocupante. O combate a fraudes e o contrabando de migrantes não pode se dar pela violação de direitos humanos, dentre eles o direito de solicitar proteção no Brasil", explica o especialista.

Chaves também conta que a medida do governo pode aumentar ainda mais o estigma sobre imigrantes, mas tranquiliza refugiados que já estão no Brasil: "não há impacto nas pessoas que vivem no Brasil, os direitos das pessoas que já estão no Brasil, das refugiadas e de todos os migrantes segue idêntico".

O que pode, sim, acontecer, segundo ele, é familiares dos refugiados que estão no país serem barrados no aeroporto e não poderem se estabelecer, conviverem juntos.

O defensor público federal também explica qual a situação dos mais de 480 imigrantes que já estavam retidos no Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP) e como o poder público está tratando o caso especificamente.

Brasil de Fato: Qual a sua avaliação dessa medida? Ela é eficiente para combater o tráfico de pessoas, que é o objetivo anunciado pelo Ministério da Justiça?

João Chaves: Não, essa medida não é eficiente e é, na verdade, um retrocesso na política migratória brasileira. É a maior mudança que nós temos na nossa política de refúgio nos últimos 25 anos. Ela é muito problemática, pois restringe o direito de pessoas solicitarem refúgio no Brasil, o que é um direito humano e reconhecido tanto no direito internacional como na lei brasileira.

Além disso, essa medida, por impedir todas as solicitações de refúgio, suspender o direito, pode até mesmo aumentar o contrabando de imigrantes, que é o trabalho dos chamados "coiotes". Ou seja, criando dificuldades, os coiotes podem se utilizar disso para aumentar a cobrança de pessoas migrantes e, além disso, criar novas estratégias ou novos trajetos migratórios. Essa medida é muito preocupante, pois o combate a fraudes e o contrabando de migrantes não pode se dar pela violação de direitos humanos, dentre eles o direito de solicitar proteção no Brasil.

Como a gente consegue combater esse contrabando de imigrantes sem violar os direitos humanos, como você acabou de dizer?  

O combate ao contrabando de imigrantes – é o trabalho desses coiotes – deve ser feito a partir de investigação e cooperação internacional nos países de origem, tentando entender quais redes têm aliciado e cooptado pessoas para darem todas as suas economias em busca de jornadas tão longas e perigosas. Além disso, deve haver um trabalho de informação e conscientização sobre os riscos da migração irregular.

A Defensoria Pública da União, por exemplo, preparou um extenso material de informação com vídeos e áudios para as redes sociais alertando os migrantes sobre os riscos. O mais importante é dizer que, se a pessoa está no território brasileiro, ela tem direito a solicitar refúgio. Não é automático, essa solicitação vai ser analisada pelo Conare, que é o Comitê Nacional para os Refugiados, mas ela tem direito ao menos de ser escutada, ouvida, e não simplesmente devolvida a um país onde ela pode correr riscos.

Nesse momento, o Aeroporto de Guarulhos tem 481 imigrantes retidos. Como o poder público tem lidado com essa questão e qual deve ser o destino dessas pessoas?

Essas pessoas ficam retidas não porque a Polícia Federal esteja deportando até o momento, mas porque não há capacidade de processamento das solicitações. O que a Defensoria recomendou foi um procedimento acelerado para diminuir essas retenções. E, além disso, enquanto elas estão na área restrita, que seja fornecida alimentação, um mínimo de dignidade para o acolhimento com cobertores, já que é um local muito frio, e banheiros, já que sequer há condições de manter higiene pessoal. Infelizmente, não temos ainda respostas. Há um compromisso do Ministério da Justiça e da Polícia Federal de aumentar a capacidade de processamento, mas é fundamental pensar que não se trata de uma crise pontual.

A migração no mundo aumenta ano após ano, e é um fenômeno natural da vida. A migração irregular também, em especial porque os países, especialmente os países ricos, dos chamados norte-global, Estados Unidos e [da] Europa, criam dificuldades à circulação de imigrantes. Então, o Brasil não é o país desejado, mas é o país possível, onde as pessoas conseguem ter seus direitos reconhecidos.

Essa é uma medida que pode aumentar ainda mais o estigma em relação aos imigrantes?

Sim, há uma preocupação muito grande com relação a isso. O Brasil tem uma população relativamente pequena de imigrantes, menos de 1% da nossa população. E temos mais de 100 mil pessoas refugiadas. A forma como a medida foi anunciada foi precipitada, é uma medida, como eu disse, ilegal, bastante questionável e cria um pânico nas comunidades.

É muito importante dizer que as pessoas que estão no Brasil têm direitos e serão defendidas pela Defensoria e pelas entidades da sociedade civil. Mas que não se crie a ideia de que o Brasil mudou radicalmente a sua lei de migração. Foi um ato do Ministério da Justiça que certamente será questionado pela Defensoria e outros órgãos e esperamos que haja uma alteração e a normalização dessa política.

Essa medida para restringir a entrada de imigrantes sem visto no Brasil pode impactar quem já está vivendo aqui? Como fica a situação dessas pessoas?

Não, não há impacto nas pessoas que vivem no Brasil. Nós sabemos que há toda uma discussão envolvendo a reunião familiar, de pessoas que estão no Brasil e querem que seus familiares venham ou esperam que seus familiares venham. Isso, sim, pode ter um impacto indireto, já que as pessoas não poderão ser sequer escutadas pela Polícia Federal de acordo com essa nova medida adotada, mas os direitos das pessoas que solicitam refúgio, [que] já estão no Brasil, das refugiadas e de todos os migrantes segue idêntico.

Vale-se salientar que o Brasil é um exemplo mundial sobre acolhimento a pessoas migrantes. E eu posso dizer que, num país que tem tantos casos de violações graves de direitos humanos, quanto a pessoas em situação de rua, indígenas, a proteção a migrantes é um bom exemplo e deve ser aumentada e não restringida ou reduzida, como ocorreu na última decisão do governo federal.

brasildefato.com.br

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sexta-feira, 23 de agosto de 2024

Guia para aprimorar o acolhimento de Refugiados e Migrantes é lançado em São Paulo

 

Texto: Marianne Seixas
Fotos: Anderson Paiva

Nesta quinta-feira (28), foi lançado o “Guia para Acolhimento de Pessoas Refugiadas e Migrantes: Padrões Internacionais e a Experiência do Sistema Único de Assistência Social no Município de São Paulo”, formulado com o objetivo de aprimorar a promoção de políticas públicas de acolhimento.

“O Guia tem a perspectiva de trazer um direcionamento, um alinhamento e um apoio para o trabalho que a gente desenvolve dentro da nossa rede de acolhimento com migrantes e refugiados”, ressaltou a coordenadora de Proteção Social Especial de SMADS, Vanessa Helvécio, durante a fala de abertura.

Fruto da colaboração entre o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) e a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS), o Guia representa um esforço conjunto para estabelecer diretrizes objetivas e eficazes para o acolhimento dessas populações.

O representante da ACNUR no Brasil, Davide Torzilli, exaltou o nível do documento. “Fico muito feliz com a qualidade desse Guia. Esse Guia é inovador porque, pela primeira vez, a gente coloca a experiência internacional, alinhada à experiência do SUAS [Sistema Único de Assistência Social]”.

O evento de lançamento teve lugar no Salão Nobre da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (Praça Ramos de Azevedo, 254). Com o objetivo de proporcionar um espaço adequado para o diálogo e a colaboração entre os diversos atores envolvidos no acolhimento de pessoas refugiadas e migrantes, foi preparada uma mesa temática para ampliar e aprofundar a discussão sobre as necessidades específicas dessas populações no contexto brasileiro. Especialistas, representantes governamentais, organizações da sociedade civil e membros da comunidade foram convidados para debater desafios, compartilhar boas práticas e propor soluções para atendimento mais digno e eficiente.

“Isso é, de verdade, cuidar de gente. É cuidar das pessoas. É o que a Secretaria de Assistência Social tem como pauta para a cidade. Muito obrigada a cada um de vocês que estão aqui para, junto com a gente, participar de uma discussão para que possamos avançar ainda mais na nossa politíca de acolhimento", enalteceu a Chefe de Gabinete de SMADS, Ciça Santos.

Atendimentos na Rede Socioassistencial para imigrantes

A rede socioassistencial da Prefeitura dispõe de cinco serviços de acolhimento que ofertam vagas preferencialmente para imigrantes. São eles: Centro de Acolhida Especial (CAE) para Mulheres Imigrantes, CAE para Família "Ebenezer" – ambos na Penha –, Centro de Acolhida (CA) para Adultos "São Mateus", CA Imigrantes "Bela Vista" e CA Imigrantes "Pari", na região central.

Ao todo, estes serviços dispõem de 690 vagas de acolhimento. Além dos equipamentos específicos para imigrantes, esse público pode utilizar todos os serviços da rede socioassistencial.

Atualmente, há 3.309 imigrantes acolhidos na rede socioassistencial da prefeitura. As três nacionalidades mais acolhidas são a angolana, com 1.725 imigrantes, afegã, com 232, e venezuelana, com 451.

https://capital.sp.gov.br/

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quinta-feira, 22 de agosto de 2024

Violação de direitos humanos: Defensoria Pública da União alerta órgãos sobre imigrantes retidos em Guarulhos

 

retidos na área de acesso restrito do Aeroporto Internacional de São Paulo, na cidade de Guarulhos (SP), e junho deste ano. • 

A Defensoria Pública da União (DPU) emitiu um alerta de necessidade de melhoria no atendimento dos imigrantes no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos (SP), após acompanhar o local nos últimos meses e constatar grave violação aos direitos humanos. Mais de 550 imigrantes estavam em uma área restrita do aeroporto, muitos com sintomas gripais, sem cobertores, agasalhos, alimentação adequada e com acesso restrito a banhos e higiene, de acordo com a defensoria.

O documento foi enviado, na última sexta-feira (16), para o Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), a Polícia Federal (PF), a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a Secretária de Justiça e Cidadania do governo de São Paulo e a Prefeitura de Guarulhos. A CNN entrou em contato com os órgãos requisitados e seus posicionamentos estão no final desta matéria.

Em dezembro de 2023, a DPU já havia enviado uma recomendação aos órgãos envolvidos, ao constatar a retenção de 485 imigrantes no aeroporto, que incluiam gestantes, crianças e menores desacompanhados, em condições que violavam os diretos humanos: “Sem assistência à saúde, sem acesso à alimentação e higiene adequada e em retenção indevida por dias ou semanas“, segundo o texto. A Defensoria reforçou que a situação vem se agravando desde a pandemia da Covid-19 e as recomendações não foram integralmente acolhidas.

Na última quinta-feira (15), a DPU relata que crianças e adolescentes estavam dormindo no chão e havia uma crescente demanda por atendimento de saúde. Em meio às baixas temperaturas na cidade de Guarulhos (SP), “muitos não receberam cobertores e passam as noites sem qualquer agasalho”, afirma o órgão. A Defensoria entende que o atendimento aos migrantes é inadequado, inadmissível, degradante e expões pessoas à risco de vida.

A Defensoria ainda informa que recebeu a notícia, por ela não confirmada, do falecimento de um migrante nacional de Gana, que teria sido levado ao hospital para receber tratamento médico após se sentir mal na área restrita.

À CNN, Secretaria Nacional de Justiça (Senajus), do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), confirmou a morte do imigrante no dia 13 de agosto. o MJSP solicitou auxílio do Itamaraty para entrar em contato com as repartições consulares do país de origem do migrante na tentativa de localizar familiares.

O órgão entente que os esforços da PF são insuficientes para liberar com agilidade as pessoas de outras nacionalidades com solicitação de refúgio e que não há estrutura adequada para prestar assistência durante o período de espera, como alimentação regular, proteção contra o frio e hospedagem.

Entre as recomendações do documento, está o estabelecimento do prazo de 24 horas para permanência dos migrantes na área, por parte da PF, e a adoção de um procedimento chamado admissão excepcional ou entrada condicional para acelerar a admissão. O procedimento permitiria que a pessoa fosse admitida no território nacional após ser identificada e, dentro de um prazo de oito dias, completasse a solicitação de refúgio.

A Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) defende o processamento dos pedidos e liberação das pessoas solicitantes de asilo idealmente em até 48 horas e afirma que nos últimos dias, tem acompanhado um considerável aumento no número de pessoas que chegam em busca de proteção internacional e solicitam a condição de refugiado. O aumento no número de voos e de circulação de pessoas tem levado também ao aumento acima da capacidade normal de atendimento, motivo pelo qual elas têm permanecido por mais tempo no local, segundo a agência.

O que dizem os órgãos

Conare, por meio do MJSP, informa que está acompanhando o crescimento do fluxo de viajantes que chegam no aeroporto e que, desde o mês de julho tem sido observado um incremento no fluxo de viajantes que chegam em trânsito internacional, mas deixam de seguir viagem, não podendo ingressar no Brasil por falta de visto. O comitê entende que as pessoas pedem refúgio para entrar no Brasil, ainda que sem a documentação pertinente.

A Senajus informa que está estudando medidas estruturantes para esta questão, como discutido na audiência pública realizada na semana passada na Comissão Mista de Migrações Internacionais e Refúgio do Congresso Nacional.

Nesta segunda-feira (19), a Polícia Federal informou que existem 466 viajantes na área de inadmitidos.

Prefeitura de Guarulhos informou que não recebeu nenhum ofício ou notificação sobre o caso dos imigrantes que estão na área de inadmitidos e que o atendimento dessas pessoas só possível em território brasileiro, isto é, quando forem liberadas da área restrita.

Anac disse que recebeu a notificação e se manifestará nos autos do processo. O governo de São Paulo não retornou o contato até a publicação dessa matéria.

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