O governo da Guatemala recebeu nesta quarta-feira (15)
críticas de diferentes setores que exigiram transparência, após a divulgação de
informações contraditórias sobre o número de infecções por coronavírus entre
deportados dos Estados Unidos.
As críticas ocorreram ao mesmo tempo em que opositores,
especialistas em saúde e outros setores do governo tinham solicitado dados
concretos sobre o número de casos no país.
O governo de Alejandro Giammattei alega impedir a divulgação
de informações que possam prejudicar a privacidade dos infectados.
Controvérsias sobre o número de deportados com o COVID-19
surgiram depois que o ministro da Saúde, Hugo Monroy, disse diante do Congresso
na última terça-feira que entre 50% e 75% das 41 pessoas que chegaram à
Guatemala em um voo em março tinham testado positivo para a doença.
Horas depois, o funcionário enviou aos jornalistas uma
mensagem de vídeo, na qual ele simplesmente disse havia "vários"
infectados.
No entanto, a porta-voz do ministério, Ana Lucía Gudiel,
informou que apenas cinco pessoas deportadas dos Estados Unidos testaram
positivo para a COVID-19.
Diante das contradições, diferentes personalidades da
sociedade civil e da política local exigiram esclarecimentos sobre o número de
deportados infectados que retornaram ao país.
A ONG Refugiados Internacionais pediu ao governo que
solicitasse a suspensão das deportações porque "eles estão colocando em
risco os migrantes guatemaltecos e o público".
"O governo dos Estados Unidos deve parar de deportar
qualquer pessoa, a menos que testem negativo para a COVID-19. O governo da
Guatemala deve pedir aos Estados Unidos que interrompam as deportações até que
possam ser realizados testes para interromper a propagação do vírus",
segundo a organização.
As deportações de guatemaltecos dos Estados Unidos tiveram
uma queda de 13,4% no primeiro trimestre deste ano, em comparação com o mesmo
período de 2019.
Dados oficiais indicam que, nesta quarta-feira, 180 pessoas
foram diagnosticadas com o novo coronavírus na Guatemala, que já registra cinco
mortes.
AFP
www.miguelimigrante.blogspot.com
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