sábado, 15 de fevereiro de 2020

Rota entre África e Iêmen excede de novo fluxo do Mediterrâneo

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O número de migrantes que usaram a rota marítima entre o Corno de África e o Iémen em 2019 excedeu o fluxo no Mediterrâneo pelo segundo ano consecutivo, anunciou hoje a Organização Internacional para as Migrações.
No ano passado, 138.000 pessoas, a maioria das quais etíopes, cruzaram o Golfo do Áden até ao Iémen, apesar do perigo de chegar a um país em guerra civil, com o objetivo de procurar trabalho na região, sobretudo na Arábia Saudita, para onde se dirigiram 90% desses migrantes.

O número, que faz desta a rota marítima com mais tráfego no mundo, é menor do que os 160.000 migrantes que a atravessaram em 2018, mas excede os 110.000 que cruzaram o Mediterrâneo no ano passado, disse o porta-voz da Organização Internacional para as Migrações (OIM), Paul Dillon, numa conferência de imprensa hoje realizada.

"Embora haja muita informação sobre as tragédias nas rotas do Mediterrâneo, vemos, no Corno de África, abusos diários de migrantes às mãos de traficantes e contrabandistas", explicou o diretor da OIM naquela região, Mohamed Abdiker.

Muitos dos migrantes desconhecem a situação de insegurança no Iémen, onde são frequentemente vítimas de sequestros, tortura e várias formas de exploração, referiu ainda Paul Dillon.
O número de mortes registadas no ano passado no Golfo de Áden rondou os 60, o que representa uma grande diferença em relação às 1.283 vítimas mortais contabilizadas pelas Nações Unidas na rota do Mediterrâneo em 2019.

No entanto, os migrantes que percorreram a rota, que geralmente começa nos portos de Djibouti e Somália, asseguram que, durante a viagem de barco, que vai sempre sobrelotado, acontecem frequentemente situações tão dramáticas que levam alguns membros da tripulação a desistir da vida, lançando-se ao mar.

No ano passado, os governos da Etiópia e da Arábia Saudita assinaram um acordo para estabelecer um sistema de contratação de trabalhadores etíopes para trabalhos domésticos, o que, em conjunto com outras iniciativas, foi elogiado pela OIM como uma forma de proteger os migrantes e afastá-los do tráfego de pessoas por grupos criminosos.


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