quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

Bachelet quer respeito pelo direito internacional para migrantes centro-americanos

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A Alta Comissária das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, disse hoje que os migrantes e refugiados centro-americanos que procuram chegar aos Estados Unidos devem ser tratados no respeito pelo direito internacional.
Quer sejam aceites ou não, devem ser tratados de forma adequada", disse Michelle Bachelet, durante uma conferência de imprensa, em Genebra, quando questionada sobre as perspetivas para os cerca de 7.000 migrantes e refugiados que se encontram no México e que a administração norte-americana assegurou que não deixará entrar nos Estados Unidos.
Bachelet disse que espera que os pedidos de asilo ou os refugiados "sejam aceites num tempo razoável" e, sobretudo, que "sejam tratados como seres humanos".
Quanto aos que não sejam aceites, a Alta Comissária disse ter esperança na "boa vontade" manifestada pelo novo Presidente do México, Manuel López Obrador, que prometeu procurar criar as condições económicas para que possam encontrar trabalho no seu país.
Admitiu que alguns regressarão de forma voluntária, como já está a acontecer em repatriamentos facilitados pelas organizações internacionais.
Bachelet sublinhou que, face à problemática migratória, o mais importante é solucionar as suas causas estruturais, em regra associadas à pobreza e violência nos países de origem.
Disse ainda que são essas questões que serão abordadas no Pacto Mundial para as Migrações, que estará em cima da mesa, na próxima semana, numa cimeira em Marrocos.
"O Pacto Mundial tenta abordar a migração de forma integral para entender as suas causas e propor regulações", disse, reconhecendo as dificuldades dos países face à chegada massiva de migrantes.
Bachelet manifestou "deceção" pela decisão de alguns países que, quase nas vésperas da cimeira, anunciaram que não assinarão o documento sobre migrações, que propõe um conjunto de opções para que os países possam gerir adequadamente as migrações de acordo com as legislações e realidades nacionais.
Apontou que os países que agora se opõem, incluindo a Hungria, Áustria, Austrália, Bulgária, Estados Unidos, Polónia, Israel e República Checa, "tiveram muitos meses para propor uma linguagem com a qual se sentissem cómodos", mas não o fizeram.
Os políticos, acrescentou, "em vez de dirigir e dar exemplos de respeito pelos princípios e valores" preferem "olhar para as sondagens" para avaliar se as pessoas temem a imigração e para atuar de acordo com esses sentimentos.
Durante a conferência de imprensa, a também ex-presidente do Chile manifestou desacordo com aqueles que defendem "mão pesada" para combater a criminalidade e da violência e acesso facilitado a armas por parte de civis.
"Tenho a impressão que perante situações de violência e insegurança muitas vezes se pensa que a solução é mão pesada, como colocar os militares a tratar da criminalidade, mas não concordo", disse.
Bachelet manifestou-se contra "dar armas sem controlo", acrescentando que, como se vê em muitos lugares, há "gente que usa armas em tiroteios que matam crianças em escolas".
"As armas são muito perigosas nas mãos de pessoas que não sabem como usá-las de forma adequada", reforçou.
Lusa 
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